Arquivo

Faltam viaturas e efectivos na PSP da Guarda

Um veículo está parado depois de ter sido vandalizado em pleno centro histórico

À noite, só há na Guarda uma viatura com dois agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) para fazer o patrulhamento de toda a cidade. Por causa dessa falta de recursos humanos e materiais um veículo policial já foi alvo de vandalismo, quando uma patrulha foi chamada para uma ocorrência num bar do centro histórico.

Tudo aconteceu num fim-de-semana de Julho, à porta de um bar nocturno. A polícia foi chamada ao local por causa do excesso de ruído, mas os agentes saíram de lá com a viatura inoperacional. Tudo indica que enquanto os dois polícias da ronda tentavam resolver a situação, alguns desconhecidos danificaram a viatura da PSP, partindo os vidros, amolgando o capôt, tejadilho e o porta bagagens. Segundo o comandante distrital da Polícia de Segurança Pública, subintendente Gonçalves Sampaio, «os autores do crime já foram devidamente identificados e está tudo sob controlo». Quanto à falta de viaturas, o oficial desdramatiza as circunstâncias e explica: «O facto de só haver uma viatura na esquadra-sede para patrulhar à noite não significa que haja mais insegurança na cidade, já que há outras viaturas disponíveis de outras secções», como do trânsito ou da investigação criminal. Apesar da falta de meios humanos e materiais, «não há uma quebra na prestação de serviços», tranquiliza Gonçalves Sampaio. O mesmo não pensa António Amoroso, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), para quem aquele incidente «só aconteceu por falta de efectivos, mas isso é uma lacuna que existe em todo o país», lamenta.

E recorda que antes as patrulhas eram formadas por três agentes, pelo que dois ocorriam ao local e um ficava no veículo para eventualmente pedir reforços. «Mas como agora só há dois polícias por viatura, esta facilmente fica sem ninguém», constata o dirigente sindical, insurgindo-se contra a falta de efectivos na esquadra local. Também Amadeu Eiras, dirigente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP/PSP), defende que a necessidade de haver três agentes por cada viatura de ronda. Desde que representa o SPP que Amadeu Eiras se recorda «de se queixar às autoridades competentes da deficiência dos meios humanos e materiais da PSP na Guarda», mas este é um problema que corre mesmo o risco de se agravar, uma vez que só está prevista nova incorporação na Polícia para finais de 2006. «O novo alistamento de agentes começou em Outubro de 2004. A formação deverá ter início em Outubro deste ano, com final previsto para o início do Verão de 2006», sublinhou António Ramos, presidente do SPP/PSP, em declarações à Lusa. Assim, os cerca de 800 novos agentes só deverão iniciar trabalho efectivo de polícia no próximo ano. Com as constantes saídas de elementos do efectivo, «a uma média de 400 aposentações por ano, o défice existente em todo o dispositivo da PSP corre o risco de chegar aos quatro mil agentes», acrescentou. Por isso, a solução para este problema poderá passar «pela junção PSP/GNR», admite o dirigente.

Patrícia Correia

Sobre o autor

Leave a Reply