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Falta de terrenos industriais discutida em Assembleia

Bancada do PSD defendeu que responsabilidade desta situação não pode ser atribuída «exclusivamente» aos executivos anteriores

A falta de terrenos industriais para as empresas se poderem expandir ou instalar na Guarda, um assunto abordado por “O Interior” recentemente, foi um dos temas que “aqueceu” a última reunião da Assembleia Municipal, realizada na última quinta-feira. A possibilidade da alteração de usos de terrenos actualmente ocupados por fábricas, nomeadamente a Delphi, de modo a permitir a construção também foi abordada.

O assunto da falta de terrenos industriais foi levantado pelo líder da bancada do PSD que lamentou que «várias fábricas tenham a sua expansão limitada por falta de terrenos industriais». Manuel Rodrigues frisou ainda que a «responsabilidade desta realidade nua e crua não pode ser assacada exclusivamente aos executivos anteriores», considerando que «em quase dois anos de mandato, a inércia e a incapacidade de suprir esta dificuldade» são a «principal marca» da equipa que preside à Câmara da Guarda. «De uma forma dolorosa temos que constatar esta realidade. Deparamo-nos com erros elementares que fazem com que este executivo, em dois anos, não encontre soluções para os quais outros demoram apenas escassos meses a solucionar», garante. Para o advogado, a gestão industrial «não se compadece com estas esperas, sendo essa uma das razões porque vemos outras cidades da região como Castelo Branco receber uma declaração de potencial investimento nacional» de uma empresa belga que pretende investir 500 milhões de euros num projecto de alta tecnologia no sector automóvel «e a Guarda não». «Não temos aqui nenhuma empresa a obter uma declaração de potencial investimento para a Guarda, daí que não podemos continuar a resignar-nos», reclama. Na resposta, Joaquim Valente garantiu que «até ao final de 2007 haverá condições para se instalar indústrias e empresários na área da Plataforma Logística», indicou. Por outro lado, assegurou que a Guarda continua a «ter algum vigor em termos de economia», sublinhando que há empresas na cidade que «já estão a fazer logística há algum tempo».

Terrenos da Delphi não vão ter uso alterado no novo PDM

Honorato Robalo, do PCP, viu rejeitada por maioria uma proposta para que os terrenos onde actualmente está instalada a Delphi não vissem os seus fins alterados, de modo a poderem ser utilizados para a construção de edifícios e para a especulação imobiliária. Uma proposta que motivou duras críticas de António Saraiva, líder da bancada socialista, que frisou que «muitas vezes» os locais onde estão instaladas algumas fábricas «não são os melhores». Deste modo, sublinhou que deseja que Delphi permaneça onde está por «muitos e longos anos e que goze de boa saúde, mas se tiver que sair, se calhar, pode localizar-se noutro ponto». Também o presidente do município sustentou que «é preciso muito cuidado» sobre a alteração dos usos dos terrenos, uma vez que um Plano Director «também é um plano de ordenamento e devemos aproveitá-lo por forma a que possamos corrigir algumas situações de empresas que estão a laborar em zonas residenciais». Contudo, assegurou que «no próximo PDM, todo o espaço da Delphi continuará a ser para uso industrial». Na reunião realizada na quinta-feira foi ainda aprovada por maioria a nomeação de Vítor Simões para Revisor Oficial de Contas do município da Guarda.

Redução do IMI para quem requalifique no Centro Histórico

Na sua intervenção, António Saraiva recomendou ao executivo que apresente uma proposta de redução do IMI – Imposto Municipal Sobre Imóveis para os proprietários que queiram requalificar edifícios no Centro Histórico. Uma proposta que foi bem aceite por Joaquim Valente por ir contra o que «normalmente» sucede que é «penalizar quem não requalifica». O líder da bancada socialista deu ainda «um exemplo do que não deve ser em termos de especulação imobiliária», o caso do Cine-Teatro que se encontra encerrado há vários anos. «Deve ser solicitada uma inspecção de insalubridade àquele espaço. De prédios vizinhos diz-se que os ratos já são maiores que gatos», relatou. Na resposta, o edil assegurou que vai diligenciar junto das autoridades sanitárias para ser feita uma rápida vistoria ao imóvel.

Ricardo Cordeiro

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