P – O que faz uma psicóloga escolar?
R – A Psicóloga escolar desenvolve as suas actividades de acordo com o preconizado pelo Decreto-Lei nº 190/91 de 17 de Maio. As grandes áreas de actuação são no Apoio Psicopedagógico; na Orientação Escolar e Profissional; no Apoio ao Desenvolvimento do Sistema de Relações da Comunidade Escolar e na articulação com outros Serviços e Instituições da Comunidade. O trabalho de uma psicóloga na escola é muito vasto e tem como objectivo principal contribuir para o desenvolvimento integral dos alunos e para a construção da sua identidade pessoal.
P – Este ano conseguiu também fazer o trabalho de orientadora escolar?
R – Não é fácil conjugar estas actividades de Orientação Escolar e Profissional com todo o trabalho que me é “exigido” enquanto Psicóloga duma Escola com um grande número de alunos. No entanto consegui, e acho que com sucesso, realizar as referidas actividades. Para as realizar ocupei parte do 2º período e todo o 3º período lectivo. Devo acrescentar que o esforço foi grande, pois dividi as turmas de 9º ano em dois grupos, logo, este ano foram 10 grupos semanais. Tentei que a orientação se realizasse em horário livre dos alunos, o que me fez alterar o meu horário de acordo com a disponibilidade deles, mas pessoalmente prefiro esta organização, pois sei que é mais eficaz e proveitosa para os alunos.
P – Ainda há gente que se envergonha de ir à psicóloga? Toda a gente devia ir à psicóloga escolar?
R – Sim, continua a haver muita gente com vergonha de vir falar comigo, pois, apesar de muito esforço para desmistificar o papel do psicólogo, mantém-se a ideia de que este é para tratar de “malucos”.
Se todos deviam ir à psicóloga escolar? Não. Felizmente a maioria das pessoas tem boas estruturas psicológicas, que lhes permite uma vivência calma e estruturada. Mas deve ir quem sente essa necessidade, não esperando no entanto que eu tenha a “varinha mágica”.
P – Quando se sente realizada na escola?
R – Sinto-me realizada sempre que consigo atingir com sucesso as tarefas e objectivos a que me proponho.
P – Como se faz a cooperação com a professora da Educação Especial?
R – A cooperação com a Professora de Educação Especial é contínua e sistemática. Reunimos semanalmente, para fazermos o ponto da situação sobre os alunos com Necessidades Educativas Especiais e outras questões que possam surgir.
P – Indique três casos diferentes de alunos que possa apoiar.
R – Posso apoiar directamente alunos com Currículo Específico Individual, que devido à complexidade das suas dificuldades precisam de um currículo diferente e individualizado; alunos encaminhados por apresentarem comportamentos disruptivos na sala de aula e alunos que revelam grande ansiedade e nervosismo, principalmente em épocas de testes.
