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Fábrica do século XIX será transformada em hotel

Recuperação de edifício fabril preserva traça original, contemplando ainda a zona habitacional e o núcleo museológico

Um dos míticos complexos industriais da Covilhã vai ser transformado numa unidade hoteleira e museológica em 2008, num investimento de quase 25 milhões de euros.

O projecto de requalificação da Fábrica Campos Melo & Irmão (também designada como Fábrica Velha) é promovido pelo grupo Fibeira S.A., que espera avançar com a obra já no início do próximo ano. O estudo, da responsabilidade do arquitecto Miguel Correia, mantêm a traça original do edifício e prevê a construção de uma unidade hoteleira de quatro estrelas com mais de 100 quartos, zona de lazer, um SPA, espaço museológico e estacionamento numa área de oito mil metros quadrados. Contempla ainda a construção de residências para estudantes – entre 50 a 70 apartamentos – e uma zona habitacional que se irá desenvolver numa área de dez a doze mil metros quadrados. O número de apartamentos a construir apenas ficará definido depois de um estudo que se encontra em elaboração para apurar as necessidades habitacionais e as tipologias mais adequadas ao mercado.

Já o espaço museológico ficará abrangido numa área de 1200 metros quadrados em “open space”, interligado com a zona de conferências do hotel e destinado, essencialmente, para exposições de arte contemporânea. Do património da antiga unidade de lanifícios, o grupo pretende recuperar a única peça fabril que ali existe: um lavadouro (máquina de lavagem das lãs) com mais de 70 metros. A ideia dos promotores é colocá-la no exterior do edifício, protegida por vidro ou acrílico, funcionando assim como um escultura. O projecto deverá ser entregue na Câmara no próximo mês de Maio.

A zona envolvente também será requalificada pela autarquia, num investimento de 2,5 milhões de euros, financiado em 75 por cento por fundos comunitários. A intervenção paisagística a desenvolver abrange a zona da ribeira da Carpinteira, desde o caminho dos Moinhos, até à zona confinante com a Ponte dos Costas. A ideia do autarca da Covilhã, Carlos Pinto, passa também por recuperar os “Caminhos dos Moinhos” de forma a ligar os vários núcleos da unidade fabril. Em perspectiva está também a construção de uma ponte para o tráfego interior àquela zona, acima da actual Ponte dos Costas. O acesso entre a Fábrica Velha e a Rua Marquês d’Ávila e Bolama até à Rua da Indústria deverá ser requalificado também a partir deste ano. Uma intervenção que já está, de resto, adjudicada. Por requalificar ficará ainda o edifício da antiga Nova Penteação, apesar de já terem sido iniciadas conversações com o proprietário, Paulo de Oliveira, para reabilitar aquele núcleo.

De resto, este é o primeiro investimento da Fibeira S.A, na região. Além de Lisboa, o grupo desenvolve também actividade no Algarve, Madeira, Loures e, agora, na Covilhã.

Salientar ainda que o Instituto Português do Património Arquitectónico pretende ainda classificar o edifício do século XIX. O complexo hoteleiro e museológico será também apoiado no âmbito do Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT).

Liliana Correia

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