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Expo Estrela anima Manteigas no Carnaval

Município espera que acessos estejam desimpedidos para não defraudar expectativas de visitantes

Música, gastronomia, comércio, artesanato e etnografia são os ingredientes da Expo Estrela – Manteigas 2009, agendada para o fim-de-semana do Carnaval na Praça Municipal da vila serrana. O evento, cujo programa foi apresentado na última sexta-feira, sucede à mostra de actividades e destina-se a dinamizar o tecido sócio-económico e cultural do concelho, numa época em que a região é visitada por milhares de turistas.

«Estamos no “coração” da Serra da Estrela e é incontornável passar por Manteigas nesse fim-de-semana», considera José Manuel Biscaia, desvalorizando a concorrência das feiras do queijo que acontecem por esta altura. O autarca acredita que os visitantes fazem «um circuito» pela região, além de que a Expo Estrela não vive apenas de um mono-produto como o queijo da Serra. «Também temos bom queijo, mas a nossa mostra é mais diversificada. Actualmente, as feiras já não são o que eram e têm menos atractividade», sustenta, acrescentando que a nova designação do certame pretende reflectir «as nossas virtudes enquanto “coração” da Serra da Estrela». Com um orçamento de 115 mil euros, a organização convidou José Cid (dia 21), Rádio Macau e Quinta do Bill (ambos dia 23), contando ainda com 57 expositores de artesanato, produtos regionais, comércio, associativismo, serviços e indústria.

Na terça-feira Gorda há uma prova de queijo da Serra e o tradicional desfile de Carnaval. Paralelamente ao evento, realiza-se também uma rota gastronómica por sete restaurantes locais, que vão proporcionar ementas regionais. Com a festa quase à porta, Manteigas espera que as acessibilidades não estejam cortadas nessa altura. Em causa está, sobretudo, a EN 338 [Manteigas-Piornos] devido à neve e aos constantes deslizamentos de pedras e terra: «Os problemas que se têm verificado nas últimas semanas estão a inibir expectativas dos nossos comerciantes e expositores quanto a visitantes», considera José Manuel Biscaia, para quem é «incompreensível» que tudo continue por solucionar quase quatro anos depois dos grandes incêndios no vale do Zêzere.

«O problema está identificado e resume-se a monitorizar e reflorestar as encostas. A intervenção custa cerca de 1,5 milhões de euros, mas enquanto a Estradas de Portugal (EP) diz ter concluído o projecto, a Direcção-Geral de Florestas revela que não tem dinheiro para actuar», adianta o presidente do município, esperando que a EP comece a trabalhar no terreno «a breve trecho». Outra dor de cabeça foi criada com o encerramento aos fins-de-semana do viveiro de trutas da vila. «A justificação é a falta de pessoal, mas nós achamos que é um escândalo, porque a Direcção Regional de Florestas do Centro agiu antes de perguntar por alternativas», criticou o edil.

Novos projectos à espera

O município conta construir o primeiro centro de alto rendimento em altitude do país e um novo complexo termal. Este último resulta da ruptura negocial com o Inatel, que explora as Caldas de Manteigas: «A agora Fundação continua a querer fazer uma intervenção minimalista, nós pensamos o contrário. Queremos ser uma espécie de Andorra mais moderna, com um termalismo de cinco estrelas», afirmou José Manuel Biscaia. A autarquia vai avançar com um parceiro privado e garante já ter um local alternativo para explorar águas termais com as mesmas características das que brotam no centro de férias do Inatel. «O resto é segredo», acrescentou o edil.

Já o centro de alto rendimento deverá nascer nas Penhas Douradas, cujo Plano de Pormenor está em curso. «Sete federações desportivas anuíram com o projecto, a UBI também deu um parecer favorável e já reunimos com o secretário de Estado do Desporto, que pediu pareceres a várias entidades», refere. A concretizar-se, a ideia é «fechar a rede deste género de equipamentos desportivos». Este futuro complexo turístico-desportivo está orçado em cerca de 10 milhões de euros e vai ser faseado para acompanhar o QREN. «Actualmente estamos em estudo-prévio, contamos avançar com a primeira fase da construção até ao final do ano se tudo correr bem», afirma. Para José Manuel Biscaia, com estes dois projectos Manteigas está «a abrir novas janelas de oportunidade».

Luis Martins

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