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“Exit” vence Imago

Edição de 2005 vai contar com duas novas secções

“Exit”, de Benjamin Kempf, foi o grande premiado de um conjunto de 45 filmes em competição na quinta edição do IMAGO – Festival de Cinema e Vídeo Jovem do Fundão, que terminou no sábado com os ingleses Alpha a musicarem ao vivo o clássico de 1923 “Le Brasier Ardent”, de Ivan Mosjoukine. A animação continuou pela noite dentro ao som dos “Los Platanitos” e dos “Le Hammond Inferno”.

“Exit” conta a história de um casal que decide acabar com as suas vidas. Erika tem cancro e deseja morrer com dignidade antes que a dor se instale, enquanto o marido Ruedi não quer continuar a viver sem a esposa. A «humilde e sensível concepção na abordagem de um assunto complexo» levou o júri a premiar o filme suíço com o galardão mais importante da competição internacional de curtas-metragens. Já Andrea Arnold foi considerado pelo júri como o melhor realizador com o filme “Wasp” pelo seu «”timing” perfeito, realismo visceral, “casting” e direcção de actores», enquanto que “Ryan”, de Chris Landreth foi outro filme distinguido pela «riqueza e originalidade na sua perspectiva de animação». O júri, constituído por cinco elementos nacionais e internacionais ligados ao cinema, decidiram atribuir menções honrosas à montagem da curta-metragem “All in All”, à excelência técnica de “Dad’s Dead” e os efeitos especiais da película “I’ll see you in my dreams”. Na secção “Doc’s in Shorts”, o prémio foi para o documentário “Three poems by Spoon Jackson”, de Michel Wenzer.

Admitindo que a escolha «não foi fácil», o júri desta secção considerou por unanimidade premiar um filme que conseguiu «reunir de uma forma inteligente e original uma forte afirmação política, rompendo assim com a normalidade que afecta a maioria dos documentários». Para além disso, valeu a forma como conseguiu «captar a atenção e interesse do público» por abordar o tema de um condenado de uma «forma natural e espontânea». Já o Júri Jovem premiou “Sueños”, do espanhol Daniel Guzmán, como a melhor curta-metragem em competição pelo «forte sentido de comunicação e empatia com o espectador», para além de uma direcção de actores «extremamente eficaz» e uma realização que «prima pela simplicidade». “Eternal Gaze”, “Hello”, “Obras”, “Fast Film” e “L’Homme Sans Tête” foram os filmes que mais agradaram aos espectadores, enquanto que na categoria dos documentários, os preferidos foram “Zwol ½ Minuten”, “Pequeñas Vocês”, “Solo un Cargador”, “The Last Uncounted Village”, “Three Poems by Spoon Jackson” e “Um Quadro de Rosas”.

O IMAGO regressa para o ano no Fundão e, ao que tudo indica, terá mais duas secções, como adiantou Pedro Ramos, presidente da direcção da cooperativa Cinema Jovem, na última edição de “O Interior”. «Se as infraestruturas necessárias estiverem prontas em 2005, vamos avançar para transformar o “Free Screen”, que este ano foi uma mostra exclusivamente nacional, para uma nova secção competitiva na área de vídeo», disse. Já o “Projecto Nacional” «não terá uma visibilidade imediata e não é uma secção voltada para o público no imediato. É mais uma competição de projectos do que uma competição de filmes». O certo é que «as bases estão lançadas. Temos pernas para andar no Fundão», considerou Pedro Ramos na sessão de encerramento do festival, para quem foi «fundamental encontrar um parceiro estratégico imbuído do mesmo espírito de afirmação cultural».

Liliana Correia

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