Inês Zuber, eurodeputada do PCP, deslocou-se na passada quinta-feira à zona do Vale do Mondego, na Guarda, afetada em agosto por um trágico incêndio que consumiu cerca de 560 hectares agrícolas. «Os agricultores foram votados ao esquecimento, pois até hoje não receberam qualquer tipo de apoio», criticou.
A deputada do Parlamento Europeu apresentou as conclusões em conferência de imprensa, onde indicou que irá tentar saber, junto da Comissão Europeia, se o Fundo de Solidariedade de apoio a catástrofes naturais pode ser direcionado para o Vale do Mondego, bem como se o Governo já requereu sua a mobilização. «Estão agora a fazer levantamento, mas sem qualquer perspetiva se vão receber alguma coisa», sublinhou Inês Zuber, salientando que «é difícil para muitas destas pessoas acederem a financiamento, pois é muito burocratizado». Segundo a eurodeputada, os agricultores querem «que o Estado apoie, nomeadamente em subsídios a fundo perdido, e eles dão o trabalho», justificando que «é complicado endividarem-se quando só vão ter o retorno deste investimento daqui a dez ou vinte anos».
«A desorganização para os apoiarem é total, isto é completamente desmotivante», considerou a comunista, alertando que alguns destes produtores se candidatavam ao subsídio único da PAC (Política Agrícola Comum), «mas há quem não o possa fazer porque ficou sem árvores». Também os ex-trabalhadores da Delphi são uma das preocupações de Inês Zuber, que pretende «saber o que lhes aconteceu, pois seria importante que o Governo se pronunciasse sobre o sucesso da iniciativa», referindo-se ao FEG (Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização), apoio que deveria ter chegado a 265 dos últimos 318 trabalhadores da multinacional de cablagens.