Quando o intervalo chegou com o zero a zero no marcador e depois de David ter desperdiçado uma flagrante oportunidade para fazer golo, os cerca de 1.500 espectadores presentes no Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo acreditaram que o Souropires podia seguir em frente na Taça de Portugal. No entanto, o Estrela da Amadora acabou por confirmar o seu favoritismo e eliminou a equipa do concelho de Pinhel, que já não pode concretizar o sonho de defrontar o Benfica.
A formação da SuperLiga entrou melhor e logo aos 5 , Igor Souza obrigou Valezim a brilhar para evitar o primeiro golo. Contudo, com o passar dos minutos, o Souropires, fruto da sua pressão alta, foi conseguindo controlar as tentativas de ataque organizado do Estrela, mostrando-se sempre atento a jogadas de contra-ataque que empolgavam a assistência. À meia-hora de jogo, o brasileiro do Estrela voltou a não acertar com a baliza quando, após um canto na direita, em óptima posição, cabeceou por cima. Aos 43’, a formação orientada por Manuel Barbosa esbanjou uma soberana oportunidade para se colocar na frente do marcador. David roubou a bola a Tiago Rosa, na esquerda do seu ataque, e ficou isolado frente a Paulo Lopes, optando pelo remate, que saiu perto do poste direito, quando tinha Zézinho, sem marcação, no centro da área. A segunda parte começou com o Estrela mais atacante e dominador, enquanto o Souropires, cada vez mais motivado e com grande espírito de entreajuda, defendia bem.
Contudo, o sonho começou a desmoronar-se aos 59’, na marcação de um livre, apontado por Rui Duarte à entrada da área, num lance em que Valezim não ficou isento de culpas. Na resposta, Alex cobrou um livre na direita e, após alguma confusão na área visitante, valeu o corte de um defensor contrário perto da linha de golo. Aos 69’, de novo na sequência de um livre, apontado mais uma vez por Rui Duarte, o Estrela chegou ao 0-2 através de Amoreirinha, emprestado pelo Benfica, que aproveitou da melhor forma o facto da barreira ter saltado no momento da cobrança da falta. Os pupilos de Barbosa ficaram desorientados com os golos do Estrela e volvidos três minutos chegaram ao 0-3, na sequência de uma rápida jogada de contra-ataque concluída por Rui Duarte, que foi o “carrasco” do Souropires. A partir daqui, a formação da Amadora limitou-se a controlar o jogo, permitindo à equipa do distrito da Guarda alcançar o merecido “tento de honra”. Futre, acabado de entrar, isolou-se pelo lado direito e foi “atropelado” por um defesa contrário já dentro da área, com o árbitro a apontar de pronto para a marca de grande penalidade. O trio de arbitragem, chefiado pelo bracarense Augusto Duarte, efectuou um bom trabalho.
No final, Manuel Barbosa mostrou-se satisfeito com o desempenho dos seus atletas: «Estávamos conscientes de que era um jogo difícil, mas tudo fizemos para o tornar fácil e acho que foi uma derrota que não merecíamos», afirmou. Já o presidente do clube, António Baraças, congratulou-se com o facto do Souropires «ficar na história», pois nunca nenhuma equipa do distrito da Guarda tinha chegado tão longe na Taça de Portugal. Do outro lado, António Conceição sublinhou que a sua equipa cumpriu a «obrigação de ganhar perante um adversário que foi digno e que dificultou imenso a nossa tarefa», realçou.
Ricardo Cordeiro
