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“Estrada Verde” tarda em arrancar

Reuniões entre autarcas sucedem-se mas demora o entendimento para a via que fará a ligação da Guarda ao maciço central da Serra da Estrela

A “Estrada Verde”, que pretende estabelecer uma ligação rodoviária directa da Guarda ao maciço central da Serra da Estrela, é uma ambição da capital de distrito que já leva seis anos e que tarda em ser concretizada, parecendo estar destinada a arrastar-se no tempo. Ainda recentemente, os vários autarcas dos municípios envolvidos estiveram reunidos para analisar, entre outros, este assunto, mas o entendimento quanto ao traçado da via demora a ser conseguido.

Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda, foi um dos participantes na reunião que juntou todos os autarcas que pertencem ao Parque Natural da Serra da Estrela – Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia -, adiantando que foram analisados diversos temas relacionados com a área de montanha. Como não se chegou a nenhuma conclusão definitiva, nos próximos meses irão realizar-se novas reuniões para tentar chegar-se a um entendimento. O edil da cidade mais alta afirma que o «objectivo» destes encontros «é potenciar uma região de montanha que é um produto bastante vendável e que seja um produto que, de facto, contribua para o enriquecimento da região», frisa. Joaquim Valente desvaloriza o facto de tardar em haver um entendimento quanto à “Estrada Verde”: «O problema não é esse. Nós queremos todos é encontrar soluções para potenciar o desenvolvimento da área de montanha e é isso que pretendemos», sublinha. De resto, diz que «é natural que cada autarca defenda os interesses do seu município», até porque «é para isso que todos somos eleitos», relembra. No entanto, apesar de «estarmos, cada um de nós, por si, a defender os interesses do nosso concelho, também entendemos que podemos desenvolver um conjunto de equipamentos e infra-estruturas que sejam de utilidade e potenciais para toda a região e para toda a área do PNSE», como é o caso da “Estrada Verde”.

Numa entrevista concedida recentemente a “O Interior”, Joaquim Valente realçou a importância de haver um «projecto comum às Câmaras que fazem parte do PNSE para potenciar toda a área de montanha e valorizar os recursos de cada concelho». Deste modo, «uma ligação ao maciço central, às Penhas Douradas, será importante para desenvolver e proporcionar ao turista uma oferta ambiental diferente», sublinhou. A via, há muito ambicionada, fará a ligação da Guarda ao maciço central da Serra da Estrela, através de um projecto intermunicipal que envolve ainda as autarquias de Celorico da Beira, Gouveia, Manteigas e Seia, sendo co-financiado pela AIBT da Serra da Estrela e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

A “Estrada Verde” está programada para ser uma via com características turísticas, com parques de repouso/miradouro, que aproveite vias municipais e caminhos florestais já existentes, respeitando as condicionantes ambientais da zona. Está previsto passar por Trinta-Videmonte-Penha de Prados-Alto de Linhares-Portela de Folgosinho-Covão da Ponte-Cruz das Jugadas-Cruzamento com a EN232 e articular-se depois com a ligação à Lagoa Comprida, Loriga, Vide e, futuramente, ao IC6. Já no início de 2005, Fernando Matos, director do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), realçava que a “Estrada Verde” tem que ser «uma via de características de velocidade lenta», frisando também que a sua construção terá que ter em conta a «ecologia e a preservação dos valores naturais».

Ricardo Cordeiro

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