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«Estão reunidas todas as condições para se trabalhar afincadamente na arbitragem»

Cara a Cara – Luís Brás

P – Porque decidiu candidatar-se à presidência do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol da Guarda?

R – Depois de vários anos ligado à arbitragem como árbitro de futebol, decidi, na época passada, dedicar-me à formação de árbitros, tendo, após convite do anterior Conselho de Arbitragem, abraçado o projeto de coordenador da Comissão de Apoio Técnica (CAT) no distrito da Guarda. Perante tal incumbência, dediquei os últimos meses à formação, tendo nesse período realizado um curso de árbitros de futebol e futsal e também um curso de observador nas duas modalidades. Foi pela primeira vez realizado trabalho de campo, colocando os árbitros no terreno para assim treinar e melhorarem as suas performances. Estando também ligado ao dirigismo, esta candidatura surge naturalmente para continuar o trabalho do anterior Conselho de Arbitragem e melhorar cada vez mais a arbitragem egitaniense.

P – Preferia ter a oposição de outra lista nas eleições deste sábado?

R – A oposição é salutar e apenas não a tive porque os clubes entenderam que não deveria haver outra candidatura, pois é necessário 25 por cento de subscrições de clubes e, pelo que soube, o outro candidato não as conseguiu.

P – Como viu a polémica que resultou na demissão do anterior CA?

R – Como todos sabem, ou pelo menos as pessoas do mundo do futebol distrital egitaniense, eu trabalhava como coordenador técnico de futebol com o anterior Conselho. A demissão foi algo que os mesmos entenderam naquela altura face aos acontecimentos no campo do Almeida.

P – Acha que há condições de segurança suficientes para os árbitros no distrito?

R – Face às alterações dos regulamentos da Federação Portuguesa de Futebol e da lei, deixou de ser obrigatório o policiamento em quase todos os jogos e, nesse aspeto, é de saudar que a direção da Associação de Futebol da Guarda tenha mantido o policiamento obrigatório. Noutros distritos já se realizam jogos sem policiamento, apenas com segurança privada ou até com pessoas dos clubes credenciadas. Por isso mesmo a segurança existe no nosso distrital.

P – A sua lista conta com o apoio da AFG. Acredita que estão reunidas as condições para fazer um bom trabalho?

R – Como é óbvio é preciso um bom entendimento entre todos os órgãos sociais da AFG e, por isso, estão reunidas todas as condições para se trabalhar afincadamente na arbitragem.

P – Quais são os principais problemas dos árbitros do distrito?

R – Existem vários: a distância, a pouca quantidade de árbitros e a falta de árbitros de referência que estejam nos patamares superiores.

P – O facto de residir em Lisboa não pode condicionar o seu trabalho à frente do CA?

R – Nos tempos de hoje a distância não traz nenhum entrave, pois com email, telefone e skype é fácil comunicar com todos. Também os outros elementos da lista são residentes na Guarda ou próximo dela, pelo que é ainda mais fácil solucionar essa situação. A disponibilidade é máxima para este projeto e também o facto de estar em Lisboa pode ter mais proveitos, como o facto de estar próximo da Federação Portuguesa de Futebol, conhecer a arbitragem lisboeta por dentro e ainda, enquanto presidente no Núcleo de Árbitros de Futebol da Linha de Sintra, estar constantemente com árbitros do topo, ou seja, árbitros FIFA.

P – Que alterações pretende introduzir no funcionamento do CA?

R – Pretendo contrariar a ausência de uma política distrital de formação e de desenvolvimento da arbitragem, assim como adequar o sistema de avaliação de desempenho. Há uma certa inadequação dos quadros de árbitros de futsal e inexistência de uma estratégia de valorização do árbitro egitaniense, havendo ainda necessidade de formar cronometristas. No futuro, é preciso reorganizar o funcionamento da arbitragem distrital, colaborar no melhoramento das competições distritais e reestruturar a formação, a carreira e a avaliação de desempenho.

P – Esta semana estalou mais uma polémica na arbitragem distrital no jogo de juniores entre o Gouveia e o Sabugal. Quer acabar com este tipo de situações?

R – Claro que situações destas não são boas nem para a arbitragem nem para o futebol. Temos que acabar com elas para bem do futebol e da arbitragem egitanienses.

Luís Brás

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