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«Estamos um passo à frente no radiomodelismo»

Cara a Cara – Entrevista: Júlio Baía

P – Maçaínhas tem condições para receber uma próxima prova internacional de radiomodelismo?

R – Claro que sim. Bem, neste momento não, mas tudo faremos para obter novamente quer o “warm up”, quer o Europeu.

P – Ficou desapontado com o número de participantes, um total de 47 pilotos?

R – Sim. Foi um número muito pequeno, até para as expectativas que tínhamos. Efectivamente, o delegado da Federação Portuguesa de Radiomodelismo Automóvel (EFRA) tinha-nos dito que seriam mais. Mas as condições meteorológicas, a situação económica e o facto de ser o mês a seguir às férias, bem como outros eventos de radiomodelismo a decorrer ao mesmo tempo, foram factores que levaram a que alguns pilotos não tivessem vindo à Guarda.

P – Ainda assim, como pensa que decorreu o evento?

R – Muitíssimo bem. Tivemos os melhores pilotos da actualidade, o campeão europeu, o campeão sueco, vários espanhóis e é lógico que ficámos satisfeitos, apesar do número de pilotos ter ficado um bocado aquém. De certeza absoluta que, para compensar, no Europeu ficarão pilotos de fora por não poderem participar.

P – Sente que esta modalidade tem futuro na região?

R – Não tenho dúvidas. O radiomodelismo já teve um “boom” aqui na Guarda. No início tivemos quase 20 pilotos a praticar e agora estarão três ou quatro, ou seja, já passámos aquela fase de euforia e agora é a manutenção. Começámos com troféus, passámos a provas oficiais da Federação Portuguesa de Radiomodelismo e, neste momento, já estamos com provas internacionais. Portanto, será para manter no futuro, inclusive pretendemos candidatar-nos ao Mundial de 2014. De certeza que não vai ser fácil, mas vamos tentar, até porque depois das condições que vamos ter para o Europeu, ficaremos com instalações óptimas para receber o Mundial. Para quem conhece as outras pistas do país vê que estamos um passo à frente, apesar de sermos um clube bastante novo na modalidade.

P – Foi fácil arranjar apoios para a realização da prova?

R – Não. Foi muito difícil. “Os Beirões” é uma colectividade que não tem fonte de receita, nós somos “subsídio-dependentes” e vivemos à base dos recursos humanos da associação para realizar algo. Cada vez somos menos, falta-nos mão-de-obra e não temos dinheiro para fazer tudo aquilo que pretenderíamos. Daí que, normalmente, seja sempre tudo “em cima do joelho”, mas as coisas felizmente têm corrido bem.

P – O que pensa ser necessário para esta modalidade ter mais impacto em Portugal?

R – Em Portugal temos muitos praticantes. Monsanto realizou, há uns meses, o Mundial em pista e foi um grande sucesso. Temos poucas pistas homologadas – felizmente a de “Os Beirões” é uma delas, mas há muitos praticantes. Porventura, os custos para a prática de radiomodelismo é que podem afastar algumas pessoas, mas é um conceito completamente errado. Hoje em dia praticar BTT, caça ou pesca é mais dispendioso que praticar esta modalidade.

P – Já há mais iniciativas agendadas pelo clube nesta área?

R – Sim. Nos próximos dias 3 e 4 de Outubro vamos acolher a Taça de Portugal, onde esperamos receber entre 70 a 80 pilotos. Em Maio teremos o “Warm UP” e em Junho o Europeu.

Júlio Baía

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