Arquivo

«Estamos à espera de conseguir resolver os problemas financeiros desta casa»

Cara a Cara – Entrevista a Carlos Silva

P – Qual é a dinâmica do Académico dos Penedos Altos aquando do seu 55º aniversário?

R – O que fazemos nesta altura vem na sequência da dinâmica que temos todo o ano, mas que é reforçada com algumas actividades como torneios, por exemplo, de tiro ao alvo, futsal, sueca, matraquilhos ou de “pool”. No encerramento das comemorações temos um jantar de aniversário com os sócios. Pode dizer-se que é o culminar de todas as actividades que se fazem durante o ano, mas com o intuito de competição.

P – A reabertura do posto médico é importante para os moradores do bairro?

R – Sem dúvida. Tivemos o posto médico a funcionar durante perto de dois anos e houve alguma adesão do bairro e de quem frequenta o Académico todos os dias, mas depois a pessoa que estava à sua frente adoeceu e hoje, felizmente, está outra vez connosco. Lembrámo-nos então de reabrir esta valência, porque estivemos um ano parados. Contudo, quisemos abrir o posto médico com uma componente social um pouco diferente. Hoje atravessa-se uma crise grande a nível financeiro e não só, o que motiva situações depressivas e isto é um bairro de cidade em que todos nos conhecemos e nos vamos apercebendo desses casos, embora as pessoas não nos abrem muito o jogo. São os chamados pobres envergonhados.

P – Na semana passada, foi também apresentado o projecto da rede social dos Penedos Altos. Em que consiste?

R – O Bairro dos Penedos Altos é muito envelhecido e tem gente com idades entre os 80 e 90 anos que já não sai de casa. Lembrámo-nos então de fazer uma parceria com o Movimento “fazer o bem e não olhar a quem” para fazer um acompanhamento dessas pessoas. Fazemos-lhes chegar, por exemplo, o jornal O INTERIOR de forma gratuita para saberem o que se passa na sua comunidade e não só. Com esse voluntariado feito por quatro pessoas do Académico, mais oito fruto da parceria e mais algumas pessoas voluntárias do bairro, vamos passar por essas casas para dar um pouco de apoio moral e também ajudar, por exemplo, a preencher um formulário ou a escrever uma carta. Isto tudo acompanhado pelo posto médico, cujos elementos vão a essas casas para medir a tensão arterial e ver o colesterol, por exemplo. Esta é uma iniciativa que penso ser necessária mais do que nunca.

P – Quais as valências que oferece aos seus associados?

R – O Académico tem uma grande variedade de valências. Temos uma que muita gente, às vezes, não lhe dá importância, que é de disponibilizarmos vários jornais da região de forma gratuita. Temos também uma sala multimedia com oito computadores, um grupo coral e um grupo de cantares, uma secção de tiro ao alvo, temos ainda o pentatlo moderno, onde somos campeões nacionais e fomos considerados o clube do ano, e já movimentamos 48 crianças. Temos também o “pool”, em que somos igualmente federados. Temos dança jazz e já é uma grande dor de cabeça, porque é muita coisa.

P – Quais os principais projectos para o futuro?

R – Estamos à espera de conseguir resolver os problemas financeiros desta casa, que era o mais importante, e isso está em vias de solução. Só depois dessas questões resolvidas podemos então pensar um pouco mais além.

P – Quantos sócios tem a associação actualmente?

R – Fizemos a actualização há pouco tempo e sócios pagantes são à volta de 900 neste momento.

Carlos Silva

«Estamos à espera de conseguir resolver os
        problemas financeiros desta casa»

Sobre o autor

Leave a Reply