O livro “Poupança e Financiamento da Economia Portuguesa” foi hoje apresentado, no Porto, por um dos seus autores, Fernando Alexandre. Para o atual professor na Universidade do Minho, que foi secretário de Estado da Administração Interna e colaborador do Jornal O Interior, a “culpa” do endividamento da economia não é das famílias portuguesas, mas sim das empresas e do Estado.
A taxa de poupança em Portugal, no global, está muito abaixo do que acontece em outros países como a Alemanha, superior a 25 por cento. A redução da poupança, explicou o autor, está relacionada com o “aumento do Estado social” e expectativas do passado, que não tiveram em conta a gravidade da crise. Quanto ao endividamento das famílias, “que tem vindo a diminuir”, é inferior a muitos países europeus, inclusivamente nórdicos. Em grande parte é para habituação e “desapareceu praticamente” para as famílias que têm em torno de 30 anos, mas aumentou para famílias com mais idade. No caso das empresas, o autor referiu que estão entre as “mais endividadas do mundo” e disse que uma das principais razões para isso é a elevada distribuição de dividendos.