P – Foi difícil concretizar este projecto?
R- Quando se pensou em fazer alguma coisa sobre o artesanato dos concelhos da Guarda e Sabugal, não imaginávamos as contrariedades que tivemos que ultrapassar, sobretudo em instituições que deviam participar e ajudar na recolha. Sabíamos que essa tarefa era difícil, pelo que recorremos às Juntas de Freguesia e é lamentável que uma boa parte destas não tenha correspondido ao nosso apelo. Umas nem responderam e outras limitaram-se a dizer que não tinham artesanato quando nós sabíamos que assim não era. É evidente que isso trouxe-nos alguns contratempos, mas que não invalidaram que tivéssemos que nos sujeitar a quem correspondeu. Apresentamos o que de mais belo há nestes dois concelhos, no entanto, entendo que isto é um desafio para o futuro e termos um livro do artesanato do distrito da Guarda, que seja a dignificação do nosso distrito naquilo que à cultura popular se refere.
P – Porque começaram pelos concelhos da Guarda e Sabugal?
R – Por uma razão muito simples, é que eu era vice-presidente da ProRaia, que abrange apenas os concelhos da Guarda e Sabugal. Logicamente, não tinha capacidade para avançar para outros, mas espero que outras entidades nos possam apoiar num trabalho idêntico noutros municípios.
P – Acha que este tipo de publicações faz falta?
R – Acho que esta divulgação é muito importante. Estes “livrinhos”, a que chamo opúsculos do artesanato, são já um grande passo e um bom salto para que possamos ter amanhã o tal grande livro do artesanato do distrito.
P – É previsível avançar com edições para outros concelhos?
R – Nunca devemos ter grandes aspirações para não podermos falhar. Esta pequena mostra vem em sequência de outros trabalhos, mas tem-se feito o esforço necessário para esse desenvolvimento do artesanato no distrito.
P – No caso do grande livro do artesanato distrital, o que conta fazer para conseguir maior receptividade dessas entidades?
R – Vamos mandar estes livros a várias instituições e organismos ainda este mês para que vejam o que podem fazer pelos seus respectivos municípios.
P – Porquê a opção de privilegiar a imagem em detrimento dos textos?
R – O que deve ser observado e visto é aquilo que o artesão produz. O nome, a forma como vive, as suas dificuldades contam menos para um livro como este, que é uma recolha de artesanato, uma arte que tem ser vista através da fotografia. Nesse caso, a imagem é o meio mais compreensível para todos, mas está sempre acompanhada por um pequeno texto explicativo.
P – Onde poderão encontrar-se estes livros?
R – As pessoas poderão adquiri-los gratuitamente no Nerga e na PróRaia, mas estará também disponível na Loja do Concelho da Guarda e na Câmara do Sabugal.