À semelhança do que ocorreu na primeira fase de acesso ao ensino superior, na segunda, cujos resultados foram divulgados na semana passada, a Escola Superior de Educação da Guarda (ESEG) voltou a conquistar o primeiro lugar entre as catorze Escolas Superiores de Educação públicas do país, garante o seu director Joaquim Brigas. No fundo, trata-se de «um resultado excelente que só veio confirmar o obtido na primeira fase», realça, adiantando que terão ficado apenas quatro vagas por preencher.
«Excedemos todas as expectativas. Este sucesso comparado com as outras ESE’S localizadas na região é explicado pela qualidade que a ESEG oferece», rejubila, realçando que «houve até casos em que ficámos com mais alunos do que as vagas existentes por causa das recolocações», diz. Já na Escola Superior de Tecnologia e Gestão da Guarda (ESTG) foram colocados na segunda fase mais de 60 alunos, revela o director Jorge Leão que esperava mais: «Estes números não me deixam satisfeito de forma alguma», garante. A única excepção pela positiva parecem ter sido os cursos ligados à Gestão que tiveram uma «boa aceitação», mas em contrapartida Secretariado teve uma «má prestação», enquanto que as engenharias continuam a ser «um problema» a nível nacional. Recorde-se que na primeira fase, 71 por cento das vagas disponibilizadas pelas quatro escolas do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foram preenchidas, já que só 543 lugares foram ocupados dos 769 postos a concurso.
Entretanto, os cursos de reconversão profissional a leccionar pela ESTG, destinados a titulares de cursos superiores, tendo prioridades aqueles que se encontrem inscritos como desempregados no Centro de Emprego há um ano ou mais, tiveram uma boa aceitação. Assim, os cursos de Secretariado e Assessoria de Direcção, Engenharia Civil e de Engenharia Informática viram as 10 vagas atribuídas totalmente preenchidas, com alguns candidatos a terem que ficar de fora, enquanto que Contabilidade e Auditoria teve oito vagas preenchias e Engenharia Mecânica se ficou pelas duas, o único que ficou «um bocado aquém das expectativas», frisa Jorge Leão. A nível nacional, o número de licenciados no desemprego há mais de um ano e candidatos ao plano de reconversão foi superior à oferta de vagas especiais criadas em nove universidades e cinco politécnicos públicos. Desta forma, às 854 vagas especiais disponibilizadas pelas instituições, no âmbito do plano de acção para promover o emprego científico e qualificado, concorreram 1.245 licenciados no desemprego. Os resultados da candidatura, divulgados na última segunda-feira pelo Ministério da Ciência, Inovação e Ensino Superior, indicam que 595 dos candidatos apresentaram a sua inscrição em instituições da zona centro, contra 265 no Norte, 239 em Lisboa, 53 nos Açores, 43 no Algarve, 33 no Alentejo e 17 na Madeira. O objectivo desta medida criada pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior passa por reconverter desempregados com cursos superiores em áreas com menos saídas profissionais para áreas que satisfaçam as actuais necessidades do mercado. Contudo, mesmo quem não estiver desempregado pode frequentar estes cursos, não beneficiando é da bolsa atribuída pelo Governo. Actualmente, estima-se que estejam registados cerca de 40 mil licenciados sem emprego.