A avaliação externa das escolas, levada a cabo pela Inspeção-Geral de Educação (IGE), deu “Bom” à maioria dos estabelecimentos de ensino portugueses. No distrito guardense, os agrupamentos de escolas de S. Miguel e da Área Urbana obtiveram, na maioria dos domínios, classificações de “Muito Bom” e “Bom”, a primeira e a segunda melhores numa escala de quatro.
Foi na avaliação dos resultados que o Agrupamento de Escolas de S. Miguel obteve a nota máxima. De acordo com o relatório a que O INTERIOR teve acesso, há uma preocupação por parte dos estabelecimentos de ensino de fazerem uma «análise regular aos resultados obtidos pelos alunos, tendo por base as taxas internas de sucesso, as classificações das provas de aferição e dos exames nacionais do 9ºano». Os responsáveis do IGE chegaram mesmo à conclusão de que, no 1º e no 3º ciclo, a taxa de sucesso é superior à média nacional, enquanto nos exames do 9º ano o cenário é ligeiramente diferente, já que foram detetadas algumas «fragilidades». Outros aspetos positivos destacados prendem-se com o apoio concedido aos alunos com necessidades educativas especiais e à monitorização do abandono escolar. Domínios como a prestação do serviço educativo, da organização e gestão escolar ou da capacidade de auto-regulação e melhoria do agrupamento conquistaram a classificação de “Bom”. No documento, destaca-se também «o impacto significativo» que o jornal escolar e o blog na internet acabam por ter nos alunos e na comunidade em geral. Entre pontos fortes e fracos, o IGE elogia «a igualdade de acesso à educação por parte de todas as crianças e alunos», mas ressalva que existe um «trabalho insuficiente na articulação» entre os diferentes departamentos. Além disso, aponta-se a «sobrelotação de algumas escolas do 1º ciclo» como um dos constrangimentos que acaba por «ao desdobramento do horário de algumas turmas», pode ainda ler-se no relatório divulgado este mês.
Já no que diz respeito ao Agrupamento de Escolas da Área Urbana da Guarda, a avaliação é também, no geral, bastante positiva. Os responsáveis que visitaram os diferentes estabelecimentos de ensino consideraram que, na área dos resultados obtidos pelos estudantes, verifica-se também «bons níveis de sucesso, principalmente no 1º e 2º ciclo», embora reconheçam que essas taxas tenham vindo a diminuir em relação a anos anteriores. Em domínios como a prestação do serviço educativo e da organização e gestão escolar, o agrupamento conquistou a classificação de “Bom”, enquanto que na vertente da liderança obteve a nota máxima. «A liderança do agrupamento é notória ao nível da direção que tenta promover uma escola com maior equidade», refere-se no documento. No que toca à capacidade de auto-regulação e melhoria, o relatório não é tão abonatório, conferindo-se a classificação de “Suficiente”. «Até ao momento apenas existem algumas práticas de auto-avaliação que não cobrem as áreas fundamentais da ação», consideram os responsáveis do IGE. Dos pontos fortes, destacam «o bom clima» que se vive nos diferentes estabelecimentos de ensino, enquanto nos pontos fracos se chama a atenção para questões como «a inexistência de convocação dos representantes dos pais e dos delegados dos alunos para as reuniões». No relatório, considera-se ainda que o agrupamento enfrenta um constrangimento ao nível da «inequação de alguns espaços da escola-sede», um fator que dizem «prejudicar a qualidade da ação educativa». No próximo ano letivo, as escolas do ensino particular e cooperativo também vão ser avaliadas pelo IGE.
Catarina Pinto