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Escola Profissional da Guarda abre em Setembro

As matrículas estão abertas de 1 a 30 de Junho, devendo os candidatos ter o 9.º ano de escolaridade

A Escola Profissional da Guarda (EPG) vai, finalmente, arrancar em Setembro, com três cursos e 60 vagas. As matrículas estão abertas de 1 a 30 de Junho para os cursos de três anos de Técnico de Multimédia, Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos e Técnico de Serviços Jurídicos. O único requisito exigido é ter o 9º ano de escolaridade.

«Trata-se de uma escola secundária igual às outras do ensino regular. Apenas se distinguirá pelo facto de possuir as condições para ministrar uma formação profissionalizante», explica Marília Raimundo, presidente da Ensiguarda, entidade promotora criada, em 2002, pela Associação de Beneficência Augusto Gil, Associação Comercial e autarquia. Durante os próximos dois anos, a instituição, que atribuirá diplomas de Qualificação Profissional de Nível III e um certificado de equivalência ao 12º ano, irá funcionar nas instalações da Escola Superior de Tecnologias e Gestão, do Instituto Politécnico da Guarda. «Depois logo se verá», atira Marília Raimundo. Segundo o protocolo assinado entre o IPG e a autarquia no passado mês, a ESTG cede quatro salas de aula, uma sala destinada à direcção da EPG e um espaço onde funcionará a secretaria da Escola Profissional.

A EPG é uma escola de ensino profissional privado, na área das Novas Tecnologias de Informação, Multimédia e Serviços Jurídicos, perspectivando-se ainda novas áreas tecnológicas. Marília Raimundo destacou o facto da qualificação dos seus formandos ser equivalente à dos colegas do ensino secundário regular, pelo que «até o acesso ao Ensino Superior é garantido exactamente nas mesmas condições». Segundo a presidente da Ensiguarda, a EPG vai assumir a formação «de um novo tipo de diplomados, de cariz vincadamente prático, especializado e profissionalizante». Daí resultarão recursos humanos qualificados «que permitem fortalecer o tecido económico da região», acrescentou. Por isso, no terceiro e último ano, os alunos terão acesso a um período de estágio em empresas preferencialmente da zona da Guarda. Depois, os formandos «poderão seguir os estudos e ingressar no IPG ou seguir outras vias universitárias ou profissionalizante», exemplifica. A Ensiguarda prevê acolher cerca de 260 alunos daqui a dois anos. Para já, receberam cerca de 400 currículos, dos quais serão seleccionados cerca de 20 professores para o primeiro ano, tendo sido «dada primazia aos docentes desempregados», justifica Marília Raimundo, até porque este tipo de ensino «obriga a uma dedicação completa à escola», adianta. Os alunos terão direito ao almoço e ajudas nas despesas do alojamento e transporte, conforme as distâncias.

O financiamento que faltava

A Ensiguarda já tinha sido anunciada em Março de 2002, mas o projecto não avançou por falta de apoio financeiro por parte do Ministério da Educação e por falta de instalações. O impasse foi agora ultrapassado com o financiamento da União Europeia através do Programa Operacional da Região Centro. Agora, «a Guarda vai deixar de ter essa triste distinção que era ser a única capital de distrito sem um estabelecimento de ensino vocacionado para o ensino técnico e profissional», regozija-se o edil guardense, Joaquim Valente. Para o autarca, o projecto é fundamental para o futuro da cidade, pois «teremos que assegurar mão-de-obra qualificada e tecnicamente apta a dar resposta à diversificação do emprego que vai ocorrer com investimentos que se tornarão realidade a curto e a médio prazos», frisou. O presidente do município reafirmou ainda que «esta aposta é agora tão determinante para o futuro da Guarda como o foi, há duas décadas, a chegada do Ensino Superior».

Patrícia Correia

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