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Escola Internacional da Covilhã abre em Setembro

Estabelecimento privado com capacidade para 650 alunos «não vem ocupar o lugar de ninguém», dizem os promotores

«Só as cabeças de dimensão reduzida podem pensar que a concorrência é prejudicial». Na última sexta-feira, na apresentação pública da Escola Internacional da Covilhã (EIC), que abrirá portas em Setembro, Carlos Pinto não foi meigo para os críticos deste estabelecimento. A formação multilingue, com inglês a partir dos quatro anos e o castelhano a partir dos 10, é uma das principais diferenças em relação ao ensino público.

A EIC propõe um projecto educativo virado para «o desenvolvimento integral do aluno e a excelência académica, no sentido de que este se transforme num sujeito autónomo e responsável, dotado de espírito crítico e competente», sublinhou António Calvete, presidente do Grupo Gestão de Participações Sociais (GPS), a empresa promotora. Esta escola dará ainda primazia ao «investimento na preparação dos alunos», dotando-os de «competências linguísticas» e adaptando-os «à exigência da globalização». Relativamente à contestação, o empresário realçou que a EIC pretende ser «uma escola para a cidade, concelho e região», confiando que o projecto terá a «adesão da comunidade da Covilhã e zonas vizinhas». Em contrapartida, a iniciativa vai criar «largas dezenas de postos de trabalho qualificados».

Por sua vez, José Almeida, supervisor pedagógico do grupo, acrescentou que a Escola Internacional «não vem ocupar o lugar de ninguém, nem está contra ninguém», sendo um projecto com «lugar próprio para ser um pólo de desenvolvimento». De resto, trata-se de uma escola «diferente» que vem dar «respostas várias que ninguém dá neste momento», salientou. Esclareceu também que esta «não é uma escola elitista», mas depende antes da «opção dos pais», havendo já «largas de dezenas de alunos inscritos». As mensalidades vão desde os 295 euros no pré-escolar e 1.º ciclo até aos 390 euros no Secundário, valores «adaptados à realidade da região» e «muito abaixo» das propinas praticadas nos colégios do Porto e Lisboa, adianta. A escola tem capacidade para 30 turmas e um total entre 600 a 650 alunos.

Já Carlos Pinto considerou ser «natural que em 2008 surja um colégio internacional de iniciativa privada» na Covilhã, uma vez que «antes de haver ensino público na cidade, houve sempre ensino privado». Aliás, o autarca garante que o município é dos que mais «tem investido» no sector público. No âmbito de um protocolo estabelecido entre a autarquia e a GPS, a Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI) vai passar a funcionar nas mesmas instalações da Escola Internacional. Também a gestão vai passar para as mãos do grupo GPS, num acordo que Carlos Pinto elogiou e que faz com que a instituição tenha o «futuro assegurado», salientou. A Escola Internacional da Covilhã representa um investimento privado de cerca de 10 milhões de euros.

Município deveria fomentar ensino público, diz sindicato

O executivo distrital de Castelo Branco do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) voltou a criticar a criação do Colégio Internacional da Covilhã, realçando que «não admitirá mais financiamento público» para o estabelecimento, nem «permitirá atropelos aos direitos dos docentes que aí venham a exercer». O SPRC considera que o município deveria «fomentar o desenvolvimento do ensino público em todas as freguesias, ao invés de promover e suportar a implantação de uma unidade privada», considerando não haver razões que sustentem «a implantação de um estabelecimento de ensino com esta dimensão no concelho».

Ricardo Cordeiro

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