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Equipas da Beira Interior com prestação modesta na XXª edição da Shell Eco-Marathon

“Egiecocar 3” do IPG foi o melhor classificado com 900 quilómetros, enquanto que o Ubicar não conseguiu classificar-se

«Se fosse a primeira vez que tivéssemos participado, teríamos ganho o prémio “design”». A equipa do Externato Secundário do Soito que no último fim-de-semana participou no circuito francês de Nogaro na XXª edição da Shell Eco-Marathon contesta a organização do certame, garantindo que não ganharam qualquer galardão, apenas pelas quatro distinções que já receberam em anos anteriores. Quanto aos restantes carros da Beira Interior, o melhor classificado foi o “Egiecocar 3” do Instituto Politécnico da Guarda que conseguiu percorrer 900 quilómetros com um litro de combustível, sendo o segundo português e o 37º na classificação geral.

José Oliveira, responsável pela equipa que concebeu o “Geuaninha DR4”, do Externato Secundário do Soito, a fazer lembrar um «elegante, requintado e sensual sapato» de salto alto, não escondeu o seu descontentamento, isto porque o carro que venceu o prémio “design” «estava muito longe do nosso, tanto em termos de inovação, como esteticamente», garante. Confirmou-se assim o “palpite” de um responsável pela Shell portuguesa que já tinha alertado os responsáveis do Externato do Soito para se convencerem de que, por já terem ganho, «nunca mais voltam a ganhar», relembra. Outro facto que mostrou um comportamento «hipócrita» por parte da organização foi o facto do stand do “Geuaninha DR4” nem sequer ter sido visitado pelos técnicos, quando foi entregue o dossier sobre a viatura, que obriga a essa visita. Desta forma, a participação em futuras edições a pensar em conquistar outro tipo de prémios, que não o de percorrer o máximo de distância possível, poderá estar em risco: «Não sei se valerá a pena o investimento e o envolvimento que temos nesta actividade», desabafa. Neste aspecto, o “Geuaninha DR4” percorreu 316 quilómetros, alcançando a 108ª posição entre os 139 que conseguiram classificar-se. Já o “Hermes”, da Escola Secundária da Sé (Guarda), apenas conseguiu percorrer 89 quilómetros, sendo 134º classificado. No lado oposto, o carro vencedor percorreu 3.410 quilómetros.

Quem não conseguiu classificar-se foi o Ubicar 2k4 da Universidade da Beira Interior, tal como já tinha sucedido na edição anterior. Esta foi uma «má participação» marcada por «muitos problemas de mecânica» e também pelo «azar», uma vez que nos testes não se registou qualquer contrariedade, enquanto que nas provas propriamente ditas «até um furo houve», explica Francisco Proença Brójo, docente no Departamento de Engenharia Electromecânica. Desta forma, o representante da UBI não conseguiu «terminar nenhuma das quatro provas, devido a «problemas mecânicos», diz. Outro veículo que também não conseguiu classificar-se foi o “Abraço”, também da Escola da Sé, devido a «problemas de execução do próprio carro», indica Salvador Cabral, professor responsável pela equipa. Já o “Solareco”, do IPG, o primeiro carro feito em Portugal a correr só com energia solar, não obteve classificação por causa de «um problema de organização», uma vez que não possuía «um método para controlar o consumo». Uma situação que também se registou com os outros dois carros solares que concorreram, indica Jorge Gregório, coordenador das formações do politécnico guardense.

Ricardo Cordeiro

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