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Época inglória para equipas do distrito na IIIª Divisão

Fornos chegou à última jornada a lutar pela subida e a Mêda pela manutenção, mas não tiveram motivos para festejar

Ao contrário do desejado e quase concretizado, o distrito da Guarda não vai ter três equipas a competir na mesma série da IIIª Divisão Nacional na próxima temporada. Não porque o Fornos de Algodres tenha garantido a subida, mas sim porque o Sporting da Mêda não conseguiu evitar o regresso ao Distrital. As duas equipas chegaram à última jornada com hipóteses de alcançarem feitos inéditos, mas no final dos respectivos jogos os objectivos não foram conseguidos.

Apesar de «termos “morrido na praia”», o técnico do Fornos mostra-se «muito orgulhoso» pela campanha da equipa, fazendo um balanço positivo da temporada na série D. De resto, Nando Pompeu garante que no último jogo disputado em casa do Anadia, que já tinha a promoção assegurada, «fomos superiores e ludibriados num lance em que não era penálti» e que daria a igualdade. Ainda assim, já mesmo em cima do apito final, o Fornos poderia ter feito o tento da vitória, mas o guarda-redes contrário fez uma defesa «inacreditável», recorda, dizendo que a subida seria «um prémio justo» para um grupo «coeso e muito trabalhador» que realizou uma época «fantástica». O treinador sublinha que sempre confiou nas potencialidades do plantel fornense, que teve a preocupação de reforçar com «jogadores com mais traquejo» e que combinaram da melhor forma com «a irreverência própria da juventude».

Nando Pompeu considera ainda que as diferenças financeiras entre participar na IIIª ou na IIª Divisão «não são assim tão grandes. A crise é geral e tudo vai ter que mudar e o facto de estarmos na região Centro até poderia facilitar o empréstimo de atletas de clubes da Liga de Honra ou mesmo da SuperLiga». Já em termos competitivos, considera que a série D não é menos competitiva que a C: «Para mim são idênticas, até porque metade das equipas que jogaram na D tinham jogado na C anteriormente, como o Anadia, que acabou por ganhar». Quanto à próxima temporada, o técnico ainda não sabe se irá continuar no clube da sua terra, admitindo que «há alturas em que temos que saber sair, já são quatro épocas». Assim, está receptivo «a outras propostas», mas têm que ser «projectos ambiciosos», embora ressalve que ouvirá sempre a posição do Fornos.

Golear e não fugir à descida

«Um bocado frustrante». É deste modo que o treinador do Sporting da Mêda caracteriza a época de estreia de um clube que lutou até à última jornada pela permanência. Artur Lobão, que pegou na equipa em Dezembro, conseguiu devolver a esperança à equipa, mas recorda que «a Mêda nunca foi regular neste campeonato de regularidade» e até revela que antes da sua chegada «chegou a pensar-se que seria quase impossível lutar pela manutenção até ao fim». O jovem treinador constata que se trata de um «campeonato e uma série difíceis», daí que teria sido importante «apostar mais forte desde o início». Questionado se entende que poderia ter assegurado a permanência caso tivesse sido o treinador desde o início, Artur Lobão responde que «diferente seria certamente. Agora se tivesse a manutenção ou não, isso já não o posso dizer», sublinha.

À entrada para a derradeira jornada, a formação medense partiu em igualdade pontual com o Cinfães, mas com uma desvantagem de três golos na diferença entre tentos marcados e sofridos. A Mêda cumpriu a sua obrigação e goleou por 6-0 em casa da Sanjoanense, contudo, causou estranheza que muito pouco tempo depois dos seus golos chegassem notícias de tentos do seu adversário directo no terreno do Milheiroense. Confrontado com esta situação, o técnico reconhece que a situação «não foi nada natural»: «O nosso jogo foi limpo. O outro foi combinado. Estavam a seguir o nosso encontro e cada vez que nós marcávamos, eles marcavam a seguir», desabafou.

Ricardo Cordeiro

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