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Epigenética

Mitocôndrias e Quasares

Um dos temas que mais atrai o público para a Ciência é, sem sombra de dúvida, a Saúde. Ao influenciar o nosso modo de vida, este tema tem sido muito procurado pelos cidadãos nos diferentes meios de comunicação social e fóruns de comunicação de Ciência.

Apesar de muitas vezes, para a maioria dos cidadãos, a linguagem ser hermética, estes procuram estar informados sobre os mais recentes avanços nesta áreas, em especial quando se referem a tratamentos e curas de doenças.

Uma das mais estimulantes polémicas que se tem criado na comunidade científica, ao ponto de os cientistas se terem envolvidos em longos debates, prende-se com o grau de influência dos diferentes fatores no nosso estado de saúde. Gerou-se na comunidade científica a dúvida: O nosso estado de saúde é influenciado pelos genes ou pelo meio ambiente?, para a qual se sentiu necessidade de definir o que nos predispõe para a doença e o que, pelo contrário, nos ajuda a permanecer sãos.

Nos últimos anos, as novas descobertas conseguiram reduzir o debate em torno deste tema, uma vez que as investigações apontam os dois fatores como igualmente decisivos na predisposição ou não para o desenvolvimento de determinada doença. Uma conclusão que estes estudos apontam é o efeito direto e quantificável do meio ambiente no genoma, tendo-se mesmo desenvolvido uma nova área de investigação designada por epigenética. Esta nova ciência procura estudar o impacto que o meio ambiente tem sobre nós, ou mais especificamente sobre os nossos genes.

Como já foi abordado neste espaço, os genes dão as instruções para que se fabriquem as proteínas responsáveis por todas as funções do nosso organismo. Estas últimas investigações centram-se no facto de existir um condicionamento na informação genética que é feito por um conjunto de moléculas que rodeiam o genoma. Estas moléculas ativam ou desativam determinados genes de acordo com a necessidade das células. O importante desta descoberta prende-se exatamente com esta ativação ou não do gene, uma vez que os cientistas acreditam que este controlo é influenciado por fatores ambientais, como dietas, exercício físico, radiação do sol ou o tabaco. Deste modo, a forma como estes elementos interagem com a nossa genética está a começar a ser explorada, procurando-se nos próximos anos obter resultados que permitam conhecer melhor os mecanismos moleculares através dos quais funcionam e, consequentemente, prevenir os efeitos perniciosos de alguns destes fatores.

Refletindo um pouco mais sobre esta ideia, é de realçar que a existência de fatores externos que condicionam a nossa saúde não é propriamente uma novidade, sendo do senso-comum que existem um conjunto de atividades que promovem o bem estar físico e mental. Acontece que a Ciência, como se tem verificado algumas vezes, procurou ir ao encontro do conhecimento empírico, validando-o em conhecimento científico.

Por: António costa

Cromatina (imagem retirada em http://www.scienceinschool.org/print/192)

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