Na campanha eleitoral,
Cada eleitor é um leitor
Do deleite nacional.
Eleições legisla-activas.
Há irmãos de leite,
Irmãos de leito
E irmãos eleitos.
Na campanha peitoral
Do Dr. Bai-Ar.
Na tenda de campanha,
Juntam-se compagnons de Rute,
Há acções de rua cotadas na Bolsa,
Cartazes “Cuidado com este cão”,
Panfletos de propaganga.
Gente com alergias e comícios na pele,
Canta o Hino do Partido,
Faz o pino noutro sentido.
Candidatos confusos com fusos e rocas
Trocam o íman pelo hímen.
Na televisão,
Um debate-papo,
one boat, um boato.
“Um deles é ortossexual!”
(Faz amor sempre na posição oficial.)
Todos querem carregar a nossa cruz
No boletim de voto.
Apesar das esplanadas
Na Praça de S. Marx
E à beira do Lago de Calda,
O vencedor estará
Entre o Espada e o Pareto.
Doutor é qualquer um
Com um discurso superior.
Saúde-se a bifana ou
O emprego no pão.
O corpo em forma,
A idade da reforma
E uma cama da Interforma.
Campanha eleitoral:
Quem apanha o litoral?
EU VI UM ORNITORRINCO
Num debate desorganizado
Pela televisão do estrado.
Só que não era um, eram cinco.
Por: Nuno Amaral Jerónimo