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Entrada paga vai ser alargada a outros monumentos da região

IPPAR vai estender medida já em vigor no Castelo de Marialva e no Palácio Cristóvão de Moura, em Castelo Rodrigo

A delegação regional do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) de Castelo Branco vai alargar a vários monumentos da região o pagamento da entrada aos visitantes. Esta medida, que entrou em vigor recentemente no Castelo de Marialva, vai ser introduzida de forma gradual e prende-se com a necessidade de fazer face aos crescentes actos de vandalismo.

«À medida que considerarmos existirem algumas condições e necessidade absoluta de pagamento, avançaremos para isso», frisa o director regional do IPPAR de Castelo Branco. Sublinhando que actualmente a entrada já é paga em vários monumentos da região como no Palácio Cristóvão de Moura, em Castelo Rodrigo, no Castelo de Marialva ou mesmo na cobertura da Sé da Guarda, José Afonso garante que o pagamento «vai ser estendido a outros locais, à medida que julguemos ser oportuno», realça. Um dos monumentos, onde a entrada também vai passar a ser paga será a Torre de Almofala (Figueira de Castelo Rodrigo), mas apenas depois de lá serem efectuadas várias obras, o que «ainda vai demorar uns anos», diz. Neste sentido, nos tempos mais próximos, ainda não estão definidos os futuros locais em que os visitantes terão que pagar para ver. A principal razão para o IPPAR ter decidido avançar com o pagamento da entrada em vários monumentos da região, cuja receita vai ser aplicada na «manutenção» dos mesmos e na vigilância, é o facto do «vandalismos ser enorme», indica. «Chegamos a ter dezenas e até centenas de milhares de contos de prejuízo provocadas pela destruição dos monumentos que saem do bolso de todos os cidadãos», alerta o arquitecto, frisando que «não podemos continuar nesta situação» e «naturalmente controlando-se não há destruição ou, pelo menos, tanta».

Aliás, à semelhança do que acontece já em quase toda a Europa, «são necessários vigilantes e a comparticipação de cada visitante», salienta. «Temos que ter uma política de controlo mínima e ao mesmo tempo uma política de comparticipação de cada visitante que não é muito, mas sempre é uma ajuda mínima para custear as visitas», reforça. No Castelo de Marialva, que vai ser alvo de um «projecto de valorização», por exemplo, a entrada custa 1,50 euros, embora os habitantes da aldeia não paguem, havendo ainda desconto para crianças e idosos. Por outro lado, o director regional do IPPAR de Castelo Branco não receia que possa haver uma diminuição no número de visitantes, fruto da cobrança de entrada. «Queremos é controlar os actos de vandalismo», reforça.

No Castelo de Marialva, graças a um protocolo assinado com a Câmara da Mêda, estão actualmente a trabalhar dois guardas, o que permite que haja «sempre um funcionário dentro do posto de recepção» enquanto que o outro «acompanha os visitantes», explica José Afonso. De resto, o pagamento «tem mais a ver com o custo da vigilância porque sai muito caro manter vigilantes», assegura. Para além do mais, o IPPAR, «quer pesar o menos possível ao Estado e garantir a maior fonte de receitas para a manutenção dos monumentos», ressalva, salientando que cerca de 80 por cento do orçamento do Instituto é «auto-financiado». Isto através das receitas de bilheteira, aluguer dos espaços dos monumentos e da venda de produtos nas lojas.

Ricardo Cordeiro

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