A EnerArea – Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior vai começar a instalar, a partir de Fevereiro, torres de medição nalguns dos 13 concelhos que integram a Associação de Municípios da Beira Interior (AMCB). O processo de elaboração do mapa eólico da região já se encontra praticamente concluído, pelo que a EnerArea irá assinar em breve um protocolo com uma «entidade internacional», com experiência na matéria, para instalar nove torres de medição de ventos que vão «abranger todos os concelhos» que formam a AMCB, adiantou a “O Interior” Carlos Santos, director da agência.
Fundão, Belmonte, Penamacor, Sabugal, Guarda, Almeida, Pinhel, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Trancoso, Mêda, Figueira de Castelo Rodrigo e Manteigas são os concelhos cujos ventos vão ser medidos para averiguar da viabilidade de acolherem parques eólicos. Mas por enquanto, «é ainda prematuro» revelar os locais em que serão instaladas as torres de verificação da potência do vento, até porque ainda se encontram em estudo, disse Carlos Santos. «No caso do Sabugal, como o concelho já tem um parque eólico, o mais provável é que as torres sejam instaladas entre Almeida e a sede do concelho», exemplifica, ressalvando no entanto que os locais para a instalação das torres de medição apenas serão conhecidos no próximo mês. De resto, o anúncio de que a Iberdrola e a Gamesa irão instalar três fábricas para montagem de aerogeradores na Guarda apenas vem reforçar o projecto da EnerArea, que afirma estar disponível a toda a colaboração.
«Há toda a complementaridade com a Iberdrola», acrescenta o seu director, destacando haver «todo o interesse» em comprar o equipamento à empresa espanhola para os parques eólicos que pretendem instalar. Um número que ainda está por definir, havendo apenas a certeza de aproveitar ao máximo «os bons ventos da região». Que já se fazem sentir no Sabugal desde Novembro de 2004. Instalado na Serra do Mosteiro, este parque possui sete aerogeradores e uma potência de 9.1 MW, num investimento da ordem dos 12 milhões de euros desenvolvidos pela Tecneira – Tecnologias Energéticas. Este ano deverão entrar em funcionamento os projectos de Lagar – Pingulinha, no concelho de Trancoso, e do Fundão, ambos da empresa Generg. Para o primeiro, aponta-se para uma previsão potencial de 32 Mw distribuídos por seis torres, cada uma com dois Mw, mas os promotores têm tentado conquistar mais potência. O investimento previsto ascende a 35 milhões de euros.
Já no Fundão, espera-se que os ventos da Gardunha tenham capacidade para produzir uma potência de 118 MW a partir do próximo ano, igualando assim os níveis de energia consumidos pelas populações dos concelhos do Fundão e Castelo Branco. O empreendimento, da responsabilidade da Generg, está orçado em 125 milhões de euros e prevê a instalação de 64 a 80 aerogeradores em três sub-parques eólicos na zona do Cabeço Alto, Maúnça e Zibreiro-Moeda. O parque de Penamacor, na zona de Santa Marta, Santo André e Charrinho, também deverá entrar em funcionamento este ano, e produzirá 100 MW numa primeira fase. Mas o objectivo é produzir qualquer coisa como 220 GMW de energia limpa daqui por uns anos através da instalação de uma linha de alta tensão entre Benquerença e o Ferro. O investimento situa-se entre os 85 e 120 milhões de euros e implicará 35 aerogeradores de dois MW de potência nas cotas mais elevadas das freguesias de Penamacor, Meimoa e Benquerença. Para avançar está também o parque eólico de Celorico da Beira.
Liliana Correia