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Empresa Municipal de Turismo arranca em 2004

Administrador da “Fundão Turismo” apresentou Plano de Actividades para transformar concelho num «destino turístico para todo o ano» a partir de 2005

A “Fundão Turismo, Empresa Municipal” tenciona investir 1,8 milhões de euros durante o próximo ano para que o concelho seja um «destino turístico para todo o ano» a partir de 2005. Pelo menos é essa a aposta de Dias Rocha, administrador executivo da empresa municipal de turismo, constituída em Setembro último após a saída da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), que apresentou na última quinta-feira ao executivo camarário o Plano de Actividades e Orçamento para 2004 – aprovado por unanimidade – para que «em sete ou dez anos» o Fundão se posicione como «líder do mercado regional» da oferta turística.

A apropriação pela população das mais valias deste projecto, a regulamentação da actividade turística, a criação de marcas, de comunicação e canais de distribuição, a integração territorial e mobilização de parcerias locais, regionais e nacionais são os seis vectores determinantes de actuação da “Fundão Turismo”, onde se destaca ainda uma pré-candidatura dos «projectos âncora» ao Programa Integrado de Turismo Estruturante de Base Regional (PITER) para desenvolver o turismo no concelho. A recuperação da Antiga Moagem, do Palácio do Picadeiro, em Alpedrinha, a requalificação do espaço da antiga Lavaria das Minas da Panasqueira (Projecto RIO), a recuperação de solares, quintas e palácios e a cooperação com a Câmara do Fundão nos Planos de Aldeia e de Salvaguarda, são os “pontos-chave” apontados por Dias Rocha para os próximos anos, num investimento global superior a 100 milhões de euros, 74 por cento dos quais serão investimento privado.

Apesar de estar «bastante optimista e esperançado» que a pré-candidatura venha a ser aprovada, Dias Rocha não esconde a necessidade de encontrar «alternativas financeiras» e envolver os parceiros locais para atingir os objectivos. Daí ter proposto a criação de três sociedades participadas encarregues da gestão e exploração dos projectos turísticos previstos no Plano Estratégico do Desenvolvimento Turístico (PEDT), aprovado em Janeiro deste ano na Assembleia Municipal – como o Centro de Interpretação da Transumância, o Centro Sensorial da Cereja, a Casa do Castanheiro ou o Simulador Virtualv -, a promoção de projectos em parcerias privadas e a criação de um fundo de desenvolvimento e apoio à promoção de projectos locais. Uma solução que permite «desmultiplicar as candidaturas aos financiamentos e facilitar a captação de parceiros privados», explica o autarca fundanense Manuel Frexes. «Faremos as empresas necessárias para cada um dos segmentos que queremos desenvolver», acrescenta, garantindo que a «ideia global» ficará sempre «dependente» da Empresa Municipal de Turismo.

Ciente que este é o «caminho certo» para que o turismo se transforme «num motor da economia local» durante todo o ano, o autarca pondera abrir o capital social da empresa, de 1,5 milhões de euros, a outras entidades. E a juntar à candidatura «arrojada» para recuperar os espaços turísticos, culturais, patrimoniais, de hotelaria e restauração do concelho do Fundão, Manuel Frexes não exclui o aproveitamento das «mais valias» das Serras da Estrela e da Malcata, do Tejo Internacional, das zonas limítrofes de Trás-os-Montes e da planície alentejana para que o turista «possa ficar o maior tempo possível» na região, defendendo a cooperação com outros concelhos e até com a RTSE. A criação de uma Junta de Turismo para regular o desenvolvimento e exercício da actividade turística é o próximo objectivo da autarquia, sabendo-se desde já que ficará sedeada em Alpedrinha.

Liliana Correia

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