Ainda não há acordo sobre a atualização salarial dos mineiros da Panasqueira, mas as negociações prosseguem entre a administração da concessionária da exploração das minas de volfrâmio do concelho da Covilhã e os representantes dos trabalhadores.
Na passada quinta-feira, após uma reunião nas instalações da Direção para as Relações Profissionais, no Porto, Manuel Bravo, da Federação Intersindical da Indústria Mineira (FIEQUIMETAL), declarou aos jornalistas que «aquilo a que foi possível chegar não é ainda passível de acordo». Recorde-se que a administração propõe um aumento de nove cêntimos por dia, mas os trabalhadores querem mais 55 euros no ordenado base, uma reivindicação que já motivou alguns dias de greve nas últimas semanas. Até agora, a Sojitz Beralt tem condicionado qualquer aumento a uma alteração do horário de trabalho, sendo que as 40 horas semanais seriam distribuídas por quatro dias da semana e não pelos cinco atuais. A proposta é «inaceitável» para o sindicato, pois obrigaria a 10 horas de trabalho seguidas, «não salvaguarda as condições de segurança e de saúde dos mineiros e afeta a sua vida pessoal e social».
«Aquilo que temos tentado explicar nestas reuniões é que a empresa espera um prejuízo este ano de cerca de 2,5 milhões de euros. Obviamente, perante esses resultados não temos condições circunstanciais de acompanhar pedidos iniciais da ordem dos 35 por cento. Nós viemos aqui, fizemos uma proposta que é o dobro da inflação do ano passado e efetivamente já com grande dificuldade», afirmou, por sua vez, o presidente do conselho de administração da Sojitz Beralt Tin and Wolfram Portugal, Alfredo Franco.