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Empreitada da Rotunda e Rossio da Ponte do Rato concluída

Obra do PolisCovilhã alia o moderno com a tradição e história da cidade dos lanifícios

A Rotunda e Rossio da Ponte do Rato, considerada como uma das principais obras do Programa PolisCovilhã, vai ser finalmente inaugurada na terça-feira. Localizada junto da ribeira da Goldra, no principal acesso ao centro da cidade e no coração do pólo principal da Universidade da Beira Interior (UBI), esta obra constitui um dos principais marcos da intervenção, ao preservar e reutilizar de forma funcional os edifícios históricos ligados à industria dos lanifícios. No conjunto, a arquitectura engloba materiais como o metal, a madeira, a pedra ou o simples betão.

A obra, orçada em mais de 1,2 milhões de euros e que deveria estar concluída no ano passado, possui um duplo significado: por um lado, pretendeu-se constituir um nó viário para resolver os problemas de tráfego da zona, distribuindo-o em várias direcções. Por outro, tinha como objectivo requalificar as margens da ribeira, bastante degradadas, criando um espaço público atractivo em articulação com vários edifícios da Universidade da Beira Interior. A primeira fase da intervenção ficou concluída no início do ano passado, com a construção da Rotunda com um braço de ferro metálico que descarrega água da ribeira, ladeada com o painel de azulejos que evocam a indústria laneira ao longo de 100 metros de extensão. Já a segunda fase era para estar pronta em Março de 2005, mas a tarefa não foi fácil, visto que se teve que ter particular atenção ao património industrial existente na zona. A equipa envolvida – arquitectos Nuno Teotónio Pereira e Viana Botelho, Arpas – Arquitectos Paisagistas Associados e Sítios & Formas – Projectos e Consultadoria, optou apenas por demolir o edifício existente junto à antiga chaminé fabril (que se mantém inconfundível na paisagem), mantendo a antiga Tinturaria Alçada que deverá ser classificada como imóvel de interesse público. Um dos edifícios da antiga tinturaria foi completamente remodelado para alojar espaços de cultura e um núcleo museológico do Museu de Lanifícios. O Espaço de Produção Cultural – assim será designado – contém já uma caldeira com elevado valor patrimonial. A ligação a este conjunto de edifícios da Tinturaria será feita por pontes pedonais, em aço, que atravessam a ribeira. Esta foi valorizada na intervenção, onde se procedeu à requalificação das margens que se encontravam votadas ao abandono e degradadas. A valorização da ribeira foi um passo para devolver o local à cidade, projectando-o para o lazer e convívio, com a criação de um jardim de água e um amplo espaço arborizado, acompanhado por um café-restaurante com capacidade para ter esplanadas no Verão.

O novo Rossio dispõe de ligações fáceis a toda a zona envolvente, nomeadamente ao edifício de Engenharias da UBI, à futura ligação à Rua da Saudade, à Rua Morais do Convento na direcção de Santo António – e ao adro da igreja de Nossa Senhora de Fátima. De realçar ainda a passagem subterrânea do braço metálico, onde se poderá contemplar, a partir de baixo, a água a cair mesmo no centro da rotunda.

Liliana Correia

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