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Eleições no PSD voltam a dividir distrital da Guarda

Álvaro Amaro e Fernando Andrade repetem oposição no apoio aos candidatos à liderança do partido

A quase um mês das eleições directas para a liderança do PSD, as posições definem-se na Guarda. Entre a continuidade e a alternativa, Álvaro Amaro e Fernando Andrade voltam a ser opositores nos apoios aos candidatos à liderança do partido. Os dois autarcas são agora mandatários distritais de Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, respectivamente.

Álvaro Amaro apoia o seu amigo e actual presidente dos sociais-democratas, pois «num dos momentos mais difíceis da história do PSD tem sabido definir um rumo, combater o PS e apresentar alternativas às políticas do Governo». O dirigente apela à estabilidade no seio do partido, vendo no actual líder nacional «o homem certo» para enfrentar o Governo nas legislativas de 2009. O também autarca de Gouveia elogia o trabalho de Marques Mendes nos últimos dois anos, quando «houve vozes em demasia dentro do partido, que em vez de robustecerem a crítica ao PS, acabavam por diminui-la, porque criticavam mais o PSD». De resto, Álvaro Amaro está com o presidente do partido por considerá-lo capaz de garantir «uma oposição cada vez mais forte, com o PSD unido à volta de uma estratégia em que denuncie, mas também apresente propostas alternativas». No entanto, diz-se «desconfiado com tantas sondagens», mesmo tendo em conta o resultado «muito negativo» das últimas legislativas. Quanto às eleições internas, Álvaro Amaro espera que daí saia «um partido robustecido, orgulhoso de si mesmo e unido em torno do líder, independentemente do candidato vencedor».

Já Fernando Andrade, mandatário da candidatura de Luís Filipe Menezes, considera que as políticas do Governo não têm encontrado no PSD «oposição à altura». Nesse sentido, o edil de Aguiar da Beira destaca a «acutilância política e a credibilidade» do autarca nortenho como parte fundamental de «uma estratégia definida para ganhar o PSD para depois conquistar o país». Uma tarefa que Marques Mendes «dificilmente conseguirá», sublinha, acusando o actual líder social-democrata de «não ter credibilidade» junto dos portugueses. A prová-lo, acrescenta Fernando Andrade, estão os resultados das sondagens mais recentes, que revelam um país «descontente» com o Governo, mas «sem grandes proveitos percentuais para o PSD». Neste caso, o autarca admite que «algo está mal se o partido baixa quando os portugueses não estão satisfeitos», classificando a proposta de Marques Mendes como uma «candidatura de aparelho, em que os militantes de base não se revêem». Em contrapartida, Luís Filipe Menezes é «um líder que é alternativa, que pode fazer uma oposição eficaz ao PS e conferir outra credibilidade que pode ser aplaudida pelos portugueses».

Em relação a outros apoiantes no distrito, Marques Mendes conta com António Edmundo, José Manuel Biscaia, José Miranda, João Mourato e Júlio Sarmento, entre outros. Já Ana Manso, Manuel Baptista Rodrigues, Gustavo Duarte e Tenreiro Patrocínio são alguns dos nomes que alinham com Luís Filipe Menezes.

Igor de Sousa Costa

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