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Eleições intercalares em S. Pedro e Freixedas

Eleitores destas freguesias de Gouveia e Pinhel voltam às urnas a 11 de Junho

A CDU de Gouveia lamenta que a comissão administrativa nomeada pela Governadora Civil da Guarda para gerir a freguesia de S. Pedro até à tomada de posse da nova Junta «não respeite os resultados eleitorais de Outubro ao privilegiar o PS com dois terços e excluir a Coligação Democrática Unitária, o que só pode ser entendido como uma medida tomada por razões partidárias», denunciam em comunicado.

Na semana passada, Maria do Carmo Borges nomeou, de acordo com o método de Hondt aplicado aos resultados das últimas autárquicas, dois elementos do PS e um do PSD. Mas os comunistas dizem-se excluídos e acusam a Governadora de «sectarismo estreito», receando que esta decisão dê uma «clara vantagem aos seus correlegionários». Anunciando que Carlos Nabais vai voltar a ser candidato, a CDU espera que a próxima campanha seja «democrática». Recrode-se que o Governo Civil marcou para 11 de Junho as eleições intercalares para a Junta de Freguesia de S. Pedro, ingovernável desde Outubro, e das Freixedas (Pinhel). No primeiro caso, o gabinete de Maria do Carmo Borges teve ainda que nomear

uma comissão administrativa formada pelos socialistas João Amaro, vencedor do escrutínio de 2005, e Fernando Martinho, bem como o social-democrata Carlos Borges. Este epílogo foi despoletado no final de Março, após a renúncia dos 18 eleitos do PS. «Ficou claro que a nossa renúncia era a única atitude que se impunha para resolver este impasse», considerou então o presidente que nunca chegou a exercer o cargo. João Amaro ainda não confirmou se vai ser novamente candidato, o mesmo acontecendo no PSD. A Junta de S. Pedro, a maior do concelho, está em gestão corrente desde Outubro de 2005. O PS ganhou as eleições com mais 104 votos que o PSD, enquanto a CDU conquistou um lugar na Assembleia. Resultados que se revelaram um problema na escolha do elenco da Junta, uma vez que os eleitos nunca se entenderam quanto à sua constituição. CDU e PSD sempre defenderam um executivo tripartido, em representação das três forças políticas mais votadas, argumentando que essa seria a leitura a retirar das autárquicas. Uma proposta recusada por João Amaro. O candidato mais votado ainda admitiu integrar um elemento do PSD no executivo e entregar a presidência da Assembleia de Freguesia à CDU, mas a sugestão foi derrotada naquele órgão, onde os socialistas estava em minoria.

Nas Freixedas, a comissão administrativa já está a trabalhar desde Novembro, após a demissão dos membros da Junta. É presidida pelo número um da lista do PSD, vencedora no último acto eleitoral, Filipe Carlos Patrício. O independente Victor Monteiro, da segunda lista mais votada, foi nomeado para primeiro vogal, enquanto o segundo será o elemento mais bem posicionado da lista social-democrata. Nas últimas autárquicas, o PSD venceu um escrutínio a que tinha também concorrido uma lista de independentes. Contudo, após a instalação da Assembleia de Freguesia, o presidente, o secretário e o tesoureiro demitiram-se, inviabilizando a continuidade da Junta. O novo executivo das Freixedas deverá sair das urnas a 11 de Junho.

Luis Martins

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