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Eleições e congresso da Federação do PS da Guarda podem ser adiados

Falta de entendimento adia para 19 de Setembro a formalização da Comissão Organizadora do Congresso

O congresso distrital do PS da Guarda, agendado para 8 de Novembro, e as eleições para a presidência da Federação (24 de Outubro) podem vir a ser adiadas. Isto porque já está esgotado o prazo de 60 dias que, segundo os estatutos do partido, deveria mediar entre a constituição da Comissão Organizadora do Congresso (COC) e a reunião magna dos socialistas.

Tanto assim que o presidente cessante da Federação, Fernando Cabral, já pediu um parecer a Amaral Veiga, que dirige a Comissão de Jurisdição Distrital, sobre a viabilidade da manutenção da data aprovada, por unanimidade, na passada sexta-feira, ou se é tempo de procurar outro dia. O impasse resulta dos desentendimentos que marcaram a reunião do Secretariado e da Comissão Política Distrital da Federação, realizada nessa noite no auditório do Paço da Cultura, na Guarda. Em cima da mesa estava a escolha dos elementos que deveriam integrar a COC, o órgão responsável por organizar e supervisionar as eleições para a presidência da distrital e dos delegados ao congresso.

Fernando Cabral começou por indicar Amaral Veiga para presidir à COC, pedindo aos dois candidatos para indicarem os seus representantes. Mas se Eduardo Brito manifestou «total confiança» em qualquer solução, José Albano levantou dúvidas sobre a escolha do presidente da Comissão de Jurisdição, pondo mesmo em causa a sua isenção no processo eleitoral. O visado não gostou do que ouviu e acabou indisponível para a função. Falhado um primeiro consenso, o presidente da Federação recorreu aos estatutos e propôs que a COC fosse constituída pelos sete membros da Comissão Política. Só que a ideia também não terá agradado a José Albano e aos seus apoiantes, cuja alternativa era que os dois candidatos nomeassem, em conjunto, a dita comissão.

A sugestão foi suficiente para Esmeraldo Carvalhinho e Armando Reis se auto-excluírem da Comissão Política para efeitos da constituição da COC. A desconfiança relativamente à sua isenção na condução do processo eleitoral foi o argumento invocado. Posto isto, Fernando Cabral manteve a sua proposta de comissão, agora reduzida a cinco elementos, mas esta foi chumbada pela maioria da Comissão Política Distrital. A próxima tentativa de entendimento sobre quem vai integrar a Comissão Organizadora do Congresso está marcada para dia 19. Até lá, Fernando Cabral rejeita a possibilidade dos seus elementos poderem ser indicados pelos órgãos nacionais do PS: «A Comissão Política Distrital existe, está a funcionar, pelo que não admito outra hipótese que não seja este órgão a decidir», defende, lembrando que o regulamento eleitoral estipula que a COC possa ter «entre cinco a nove elementos».

Na sua opinião, o que se passou na noite de sexta-feira ficou a dever-se a «uma facção de militantes que tem uma postura de desconfiança permanente em relação a tudo e todos, até da sua própria sombra». O que, para Fernando Cabral, é um «mau sinal» para os socialistas e para os eleitores. «Há muito tempo que o PS não era envolto neste tipo de polémicas. Espero que no dia 19 as pessoas reflictam e vejam se é isto que querem para o partido na Guarda», avisa. Contactado por O INTERIOR, José Albano mostrou-se surpreendido pelas acusações e recusou qualquer responsabilidade pelo fracasso na escolha da COC. «Se não foi nomeada foi por incapacidade dos actuais dirigentes, que, naturalmente, dominam os órgãos federativos», acrescentou, rementendo outros comentários para mais tarde.

Luis Martins

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