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Eleições da JSD de novo impugnadas

Adversários de Fernando Lopes, reeleito líder da juventude laranja, contestaram escrutínio

As eleições para a presidência da Distrital da JSD da Guarda, que reconduziram Fernando Lopes no cargo, ficaram marcadas por uma acesa discussão entre militantes e alguns insultos aos elementos da mesa do Congresso, que vieram validar o processo. A sede do PSD foi o palco de cenas pouco dignas no último sábado, tudo porque os ânimos exaltados e alguns empurrões entre os jovens militantes acabaram por manchar o acto eleitoral. E no rescaldo da reeleição de Fernando Lopes surgiu, pela segunda vez em apenas quatro meses, novo pedido de impugnação do sufrágio.

Já em Novembro, um grupo de 40 militantes tinha solicitado a anulação da eleição alegando que não tinha sido publicada a convocatória no jornal oficial “Povo Livre”. Contudo, antes do Conselho Jurisdicional se pronunciar, a equipa vencedora demitiu-se em bloco e obrigou à marcação de novo acto eleitoral. Realizado no sábado, concorreram ao escrutínio duas listas, lideradas por Fernando Lopes e Isabel Nunes. O universo eleitoral era composto por 71 militantes, mas apenas 66 podiam votar por os delegados de algumas secções não terem sido eleitos. Daqueles só 37 votaram e massivamente em Fernando Lopes, que arrecadou 36 votos. No entanto, a lista derrotada, que obteve apenas um voto, já avançou com um pedido de impugnação por alegadas irregularidades: «A convocatória não chegou a ser publicada no “Povo Livre”, os cadernos eleitorais não foram me facultados e as concelhias de Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Sabugal foram impedidas de votar», explicou Isabel Nunes, que acrescenta que «um dos elementos da lista vencedora, Bruno Pinheiro, não é sequer militante da JSD». Porém, para a candidata, estes resultados são «uma grande vitória, porque reforçam a ideia que a JSD quer mudar».

Pedro Alves, vice-presidente da mesa do Congresso Nacional da JSD, que veio garantir a legalidade do acto eleitoral, contestou os argumentos apresentados pela lista derrotada, justificando haver «desta vez» um comprovativo da publicação no “Povo Livre”. «Estas situações estão previstas nos estatutos e o acto é considerado legal», adiantou, sublinhando que a existência de outra lista a sufrágio «significa que todos aceitaram que a situação estava regularizada». De facto, a convocatória não foi publicada no “Povo Livre”: «Às vezes há atrasos na publicação e foi o que aconteceu», explicou aquele dirigente. Mas a última palavra cabe ao Conselho Jurisdicional. Fernando Lopes também considera que as eleições decorreram de acordo com os estatutos e rejeita que estejam «manchadas». Apesar do novo pedido de impugnação, o líder reeleito assegura que não vai apresentar novamente a demissão: «Não posso andar de eleições em eleições à espera que os meus adversários vençam», afirmou, assegurando que agora «deixou de haver vencedores e vencidos, há uma equipa». Fernando Lopes disse-se ainda convicto de que conseguirá «unir todos os militantes da JSD sem excepção». Quanto à polémica surgida entre militantes, o presidente desvalorizou o sucedido e referiu que «quando há duas listas a sufrágio, há sempre alguém que reage a quente».

Patrícia Correia

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