Há um mês, o país vizinho sofreu um ataque de terrorismo internacional. Todos sabemos que não podemos ficar em casa, vendo as imagens na televisão e pensando que é uma coisa que nunca nos atingirá. Nestes momentos, não me sinto nem portuguesa, nem espanhola, francesa ou alemã, só um ser humano. Penso que cada habitante desta cidade e deste país deveria saber que por cada uma das vítimas de Madrid, morreu também uma parte daquilo que somos: “Europeus”. No dia do atentado, apeteceu-me sair para a rua, gritar, manifestar e transmitir a minha dor e, ao mesmo tempo, queria ajudar de alguma maneira. A minha decepção foi encontrar-me com as portas fechadas perante qualquer manifestação organizada ou improvisada na própria rua. Mesmo no mundo cultural (um dia depois assisti ao concerto de Pedro Barroso) não foi feita nenhuma referência ao assunto. Deveria ser feito um acto de reflexão e pensar. Será que a Guarda é uma cidade solidária?
C. Vila S. Martinez, Guarda