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É preciso mudar… mentalidades

Inveja, mal dizer, mesquinhez, má educação, falta de civismo e cultura democrática – é preciso mudar para – trabalho, suor, esforço, exigência para sairmos do buraco em que nos enfiaram e nos enfiámos. É esta relação expectante que devemos ter para com o novo Governo de maioria PSD/CDS-PP, um Governo pequeno, jovem, altamente competente e, sobretudo, descomprometido com os aparelhos partidários, onde as pessoas que chegam ao executivo foram escolhidos pela sua reconhecida capacidade técnica.

E por isso tiro o chapéu àqueles que, com carreiras consolidadas e seguramente muito melhor remuneradas que o lugar de ministro, abdicam de uma vida mais tranquila para servirem o país em circunstâncias terríveis. Na verdade não vão ganhar mais, pelo contrário, vão passar a ter uma exposição mediática tremenda e a sofrer as consequências das medidas que obrigatoriamente terão que tomar. É preciso distanciarmo-nos da cabeça de avestruz e acreditarmos nesta equipa que vai comandar, porque quem aceita um trabalho destes é quem nós devemos querer a governar-nos, pois os que tiveram a coragem de aceitar terão um enorme trabalho pela frente, sobretudo os que ficaram com pastas em que se deram fusões.

O novo ministro da Saúde tem já em calha um “label”, pois tanto hospitais como as empresas do Estado são as que pagam cada vez mais tarde, e estas situações de atraso arrastam um efeito de “bola de neve” na estabilidade financeira e competitiva das empresas prestadoras de serviços. Há ainda o episódio do sangue, que veio a conhecimento público no Dia Mundial do Dador de Sangue, quando se soube que metade do sangue recolhido em Portugal é destruído e a sua destruição custa aproximadamente 70 milhões de euros, tudo por causa de um concurso bloqueado há 10 anos que impede o aproveitamento de metade do sangue recolhido… Quem são estes inoperantes ex-governantes que permitiam que fossem lançadas campanhas para a recolha de sangue, até com o sangue dos portugueses se brincou!! Grande tarefa esta a da pasta da saúde.

Já para a Educação – forte pasta com a junção do Ensino Superior e da Ciência num só ministério – sobressai, porém, um forte especialista, nacional e internacional, que está muito por dentro dos problemas deste setor. Na verdade, nem a todos agradam os seus discursos, mas os mesmos são exigidos ao estado em que a educação se encontra atualmente, sr. ministro, é preciso cautela com os propósitos da aplicação dos testes intermédios, pois o que já está a acontecer é que nas escolas de 1º ciclo treinam-se os meninos para estas provas e para as provas de aferição com tal afinco que as estatísticas apresentadas não são na realidade mais do que números manipulados pelos agrupamentos, que aconselham os professores a treinar alunos para que no “ranking” não se fique em último… enquanto que matérias também importantes para o desenvolvimento das nossas crianças são relegadas para segundo plano, porque o importante é a classificação. O futuro deixou de ser “as nossas crianças” para serem os números para enviar à Comunidade Europeia e à OCDE.

Selecionei estas duas pastas, lideradas por ministros independentes, para poder afincar alguns dos direitos conquistados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, o direito à educação e à saúde.

Por: Cláudia Teixeira

* Deputada do CDS-PP na Assembleia Municipal da Guarda

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