P – Depois de não ter surgido nenhuma lista numa primeira tentativa, decidiu candidatar-se à presidência do Oriental de São Martinho. Porque decidiu fazê-lo?
R – Decidi candidatar-me porque esta é a minha segunda casa, tal como dizia Ernesto Ferraz, uma pessoa que já não está entre nós, que também era um orientalista e que deu muito à nossa coletividade. Eu era presidente da Assembleia Geral e vi que havia algumas dificuldades em haver quem liderasse uma lista, eu tinha o sonho de ser presidente do Oriental de São Martinho e concretizei-o agora. Na primeira Assembleia Geral criámos uma comissão, composta por mim, pelo presidente do Conselho Fiscal e pelo anterior presidente da direção. Passados 15 dias juntámo-nos e apareceram cerca de 20 pessoas que me apoiaram e me motivaram a avançar.
P – O facto da lista que liderou ter sido eleita por unanimidade é uma prova de confiança?
R – Sim, encaro a votação por unanimidade como uma prova de confiança dos sócios. Quero destacar também que temos uma direção renovada, com pessoas jovens como o Óscar Feliciano, Diana Barata e Vítor Hugo. O tesoureiro é António Sardinha, uma pessoa muito preocupada com as contas e no momento em que estamos temos que ter essa preocupação.
P – Quais são as grandes prioridades para este mandato?
R – Na minha tomada de posse disse que a comemoração do 60º aniversário vai ser uma prioridade. Ao longo destes anos, a nossa coletividade verteu mais pela parte cultural, o que acho muito bem e nessas coisas não se devem mexer. Uma das coisas que queria ter em atenção era a parte desportiva, mas, para ser sincero, não sei se vamos conseguir desenvolver essa área ao nível que o Oriental já teve. Já tivemos uma equipa federada de ténis de mesa a nível do Inatel e vamos organizar o 36º Torneio Cidade da Covilhã a 19 de maio. Ainda no desporto, já tivemos uma equipa de voleibol e disputámos o Nacional de juvenis. Também tivemos uma equipa a nível do Inatel mas atualmente é muito difícil por causa das deslocações, também pelos preços das inscrições num campeonato nacional. No Oriental tivemos árbitros de futebol, árbitros e treinadores de voleibol, chegámos a ter uma secção de voleibol porque a Associação de Voleibol da Guarda era muito forte e o professor Jorge Florêncio dinamizou muito a modalidade entre a Guarda e a Covilhã. Chegámos a ter um campeonato com equipas de Seia, Gouveia, Guarda, o Oriental e as deslocações não eram muito caras porque as equipas estavam localizadas aqui na região e depois o campeão iria a outra fase. O voleibol na Guarda acabou praticamente com a morte desse senhor, nós ainda resistimos um ano mas ficámos na zona sul, o que nos obrigou a gastos incomportáveis com as deslocações e tivemos que acabar.
P – Que tipo de atividades desenvolve o Oriental regularmente?
R – O ténis de mesa neste momento está inativo. Tentámos fazer um protocolo há dois anos com a Universidade, pusemos as mesas no nosso pavilhão, tentámos motivar os nossos sócios, mas apareceram poucos, não sei porquê. Temos uma secção de pool que está ativa, temos a secção de xadrez e damas, onde, quando há torneios, temos quem represente o Oriental. Também temos aulas de ioga e de ginástica, para as quais cedemos as nossas instalações. Temos ainda o ensino da guitarra clássica, o grupo de música tradicional portuguesa “Trovas ao luar” e as danças infantil e juvenil.
P – Acha que um ano é o tempo ideal para um mandato?
R – Não. Acho que é pouco. Estamos agora a arrumar a casa e quando estivermos por dentro de todos os processos estamos praticamente a acabar o mandato. Quero fazer uma Assembleia Geral até ao final do ano para discutir o eventual aumento da duração dos mandatos da direção para, pelo menos, dois anos. Por outro lado, temos um pagamento de quotas que é mensal e também vou propor que o sistema passe a ser trimestral ou semestral para que o cobrador tenha mais margem de manobra.
P – Há novos projetos que a sua direção pretenda implementar?
R – Na parte cultural, há a intenção de se avançar com uns projetos, que ainda estão numa fase embrionária, com Francisco Mota e Tina Barata. Pedimos uma audiência ao presidente da Câmara e à Junta de Freguesia para ver se nos podem apoiar. Também pretendemos fazer o lançamento de um novo logótipo alusivo à comemoração dos 60 anos e temos tido também alguma preocupação em interagir com a Universidade da Beira Interior. Ainda na semana, alguns estudantes de Cabo Verde vieram pedir-nos salas para ensaiarem porque vão ter umas atividades. Também temos uma boa relação com as tunas e acho que é importante a nossa coletividade interagir com a UBI.
P – O sucesso verificado com “Uma Viagem à Broadway” poderá fazer com que o Oriental volte a apostar noutro espetáculo do mesmo género?
R – Eu pretendo que sim. Eles já estão a tentar dinamizar o projeto de “Uma Viagem à Broadway” para outras cidades. O Francisco Mota já me disse que tem dois projetos para me apresentar e, sinceramente, ainda não sei o que é, mas tudo o que vier dele é bem-vindo e terá muita qualidade de certeza absoluta.
P – Qual é a atual situação financeira da coletividade? É estável?
R – Financeiramente, o Oriental está bem. A situação é estável. Felizmente não temos défice e temos saldo positivo.
P – Quantos sócios tem o Oriental atualmente? É um número que gostava de aumentar?
R – Temos 1.211 sócios neste momento. Obviamente que quantos mais sócios tivermos melhor, mas acho que este número não é negativo. Também temos aumentado o nosso número de sócios porque temos alguns protocolos com o ginásio do Hotel Meliá e do Intermarché. Temos ainda outro com uma ótica e isso ajuda a cativar os sócios.