Os incêndios florestais do último Verão no Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) reduziram a produção de mel em cerca de 20 por cento devido à destruição da flora e colmeias. Jorge Costa, presidente da Associação de Apicultores da Serra da Estrela (AAPNSE), refere que a área protegida produz anualmente cerca de 50 toneladas de mel a partir de urze, castanheiro, rosmaninho e árvores fruteiras, parte dos quais foram consumidos pelas chamas.
«Esta produção resulta em mais-valias para os produtores, cuja maioria têm esta actividade como complemento ocupacional, em cerca de 150 mil euros, isto é, três euros por quilo», adianta. O concelho de Seia, onde existem cerca de 150 produtores, foi o mais afectado, sobretudo nas freguesias de Vide, Cabeça, Alvoco, Teixeira, seguido pelos concelhos de Gouveia e Guarda. O dirigente estima que dentro de dois anos a flora possa ser reposta na Serra da Estrela de forma espontânea e que a produção de mel seja retomada regularmente caso não ocorram mais incêndios de grandes dimensões. Entretanto, a AAPNSE pretende realizar a curto prazo um Fórum Nacional de Apicultura ou mesmo um Congresso Ibero-Americano, para o que foi já apresentada candidatura junto da Federação Internacional de Apicultura. Jorge Costa anunciou ainda que vai ser licenciada em Loriga, no concelho de Seia, por iniciativa da autarquia, uma Central Mélica que vai permitir aos apicultores poderem extrair o mel.