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E agora, hospital?

Coisas…

Nesta fase desconsolada em que já sabemos quem nos vai governar mas em que ainda por cá andam os do costume, importa levantar meia dúzia de questões relativas ao nosso hospital.

Se tentássemos agora fazer um balanço do que foram estes últimos 3 anos (no que ao hospital respeita, obviamente), dificilmente conseguiríamos encontrar mais do que uma série de disparates e inconsequências cujo resultado final nos deixa numa posição mais delicada do que aquela em que nos encontrávamos precisamente há 3 anos. Talvez não valha a pena, no entanto, perdermos tempo a carpir as mágoas de uma instituição que retrocedeu, viveu ao sabor de manobras de propaganda bacocas (quem não se lembra da rábula dos transplantes pediátricos?), viu sair gente válida escorraçada simplesmente por não ser da cor (recordam-se da radiologia?), viu entrar mercenários e candidatos a tiranos e que por pouco não perdia a sua maternidade, encerrada à terça por um, reaberta à quarta pela outra. Que tempos!

Pois esses tempos estão prestes a mudar. Estarão?

A nomeação de um novo Conselho de Administração para o hospital é urgente por duas ordens de razões: a 1ª, óbvia, deve-se à manifesta incompetência do actual e a 2ª à premência de medidas que confiram em definitivo um rumo sólido e com futuro ao hospital de Sousa Martins.

O Partido Socialista terá a incumbência de escolher (e persuadir) os novos responsáveis pelo hospital. Como é sabido (e foi assumido) o PS defende a solução da remodelação das actuais instalações e a recuperação dos pavilhões degradados, dando cumprimento a um Plano Director do tempo da administração anterior; se a opção é esta tem que ser respeitada e não vale a pena agora perder tempo em arranjar argumentos de arremesso eleitoral para as autárquicas. A questão da maternidade é outro foco de tensão que, apesar de todas as posições assumidas em período pré-eleitoral, está longe de se encontrar resolvida.

No entanto, o maior desafio que se põe ao próximo conselho de administração do hospital será provavelmente o de encontrar a forma de se posicionar entre os dois “gigantes” que nos rodeiam: o novo “hospital central” de Viseu e o “universitário” da Covilhã. Se juntarmos a isto o envelhecimento do quadro médico, a precariedade de serviços como os da radiologia e pediatria e a necessidade de manter o hospital a funcionar com dezenas de andaimes, pedreiros, veículos, pó e cimento em todo o perímetro da mata do ex-sanatório, concluímos que os tempos que aí vêm não vão ser propriamente pêra doce.

Mãos à obra.

Por: António Matos Godinho

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