Arquivo

É a Crise!

Entrementes

São apenas cinco as letras que nos dias que correm nos dão água pela barba. É a crise senhores!…

É a crise que nos obriga a olhar para o calendário e a suspirar para que os meses se tornem mais curtos.

É a crise que nos esvazia os bolsos já rotos de tempos que não foram propriamente de facilidades. Pelo menos para a maioria, que para uns poucos míngua é palavra que não consta do seu vocabulário…

É a crise que nos dita dias mais duros, nos oprime a esperança e nos tolda a visão do futuro. É também ela, a crise, que serve de desculpa para anos e anos de um certo laxismo que agora nos cobra juros de usurário avarento. Como sempre, quando a situação se torna difícil, ninguém quer casar com a culpa e lá continua ela solteirinha… Se a música não fosse tão pimba quase me atrevia a sugerir-vos, caros leitores, a audição do tema que está na berra e que, entre outras pérolas, pergunta alto e bom som: “Mas quem será/ mas quem será/ o pai da …” crise?…

E agora, com a crise, lá vêm as medidas que, não tendo sido tomadas no tempo e momento certos, são bem mais agressivas e penalizadoras.

Infelizmente, (e aqui não se aplica o velho aforismo segundo o qual o mal de muitos é consolo) a crise não é só nossa. Por essa velha Europa sucedem-se os casos em que a crise de económica extravasa para o social com tensões latentes que, num repente, explodem e tornam pacatos cidadãos em potenciais revoltados.

É o caso da França e dos desmandos do senhor Sarkozy mais as suas medidas xenófobas de expulsão dos ciganos búlgaros e romenos. É também o caso da toda-poderosa Alemanha e da sua chanceler que parece agora ter descoberto males infames entre os imigrantes, sobretudo entre os islâmicos. Isto depois de mais de cinquenta anos a usar (e abusar?…) da mão-de-obra barata que eles representaram.

Claro que é preciso que, além dos direitos, sejam também evidenciados os deveres que, imigrantes ou não, os cidadãos têm forçosamente que assumir perante o seu país ou perante o país que os acolheu.

Perante a crise, e não apenas nem sequer especialmente a económica, é já representativa a percentagem de alemães que gostariam de ver aparecer um “führer” de mão de ferro que pusesse na ordem a democracia. Parecem longe os tempos do nacional-socialismo, mas, a História bem no-lo diz, é em circunstâncias de instabilidade social, de descrença, de ausência de perspectivas de futuro, que podem surgir estes líderes saídos dos escombros de uma sociedade que se não soube construir.

É em circunstâncias destas que surgem posições extremistas que, esquecidas do passado, apontam o dedo aos que consideram a origem de todos os males. E esses são apenas o elo mais fraco da escala social.

Estamos perante um tempo novo. Um tempo que exige respostas novas. No entanto, não podemos cair na tentação simplista de reduzir o problema a uma mera equação matemática em que a solução é apenas apontar como culpados um povo, uma raça ou uma religião.

Seria generalizar e todas as generalizações são perigosas e, como diz o outro, é preciso não confundir o género humano com o filho de Ti’Germano…

Por: Norberto Gonçalves

Comentários dos nossos leitores
Samuel Antic santicaciques@gmail.com
Comentário:
O senhor Norberto Gonçalves não vive cá e não viu nem ouviu falar de Portugal nestes últimos cinco anos, não é verdade? É que o senhor conhece os “desmandos” do senhor Sarkozy e da srª Merkell e, nada, rigorosamente nada, desse mentiroso e propagandista que, em apenas cinco anos, nos levou, à situação eminente de BANCARROTA. O senhor faz-me lembrar um alemão, em plena Segunda Guerra Mundial, a escrever um artigo, criticando os desmandos de Salazar e ignorando as atrocidades de Hitler que levava o povo alemão à maior das misérias, tal como está aqui a acontecer com o, também, nacional-socialista Sócrates. (…). O senhor bem nos quer embalar com a tal musiquinha pimba da “crise”, no entanto eu quero chamá-lo á realidade e proponho antes que ouçamos o “Sem Eira nem Beira” (a que chegámos) dos Xutos. Sim, a tal música que apenas passou uma vez na rádio, pois tal como na Alemanha hitleriana, também aqui a “Gestapo socretina” tem “sido impecável”. Não tem reparado?
 
Clara Costa clara.costa1957@gmail.com
Comentário:
Pois é senhor NG. é a crise. Mas a crise de ideias, a crise de valores, a crise criada pelos seus amigos e amigos dos seus amigos ( não disse por si. Claro que contribuiu pois trabalhou arduamente para que eles fossem eleitos. Mas vamos cair na crise. Não será tempo de todos os os tais “ciganos” que nos insultam, que nos roubam, que nos batem, que nos destroem os haveres, deixarem de se alimentar às nossas custas? Não ser+a tempo de estes seres voltarem às feiras a vender produtos, a pagar impostos, as rendas de casa, as multas de trânsito. as indemnizações, … Não será tempo de serem pessoas normais?! Senhor Norberto, o senhor tal como eu vai descontar muito mais mensalmente, vai tirar dinheiro à família, vai deixar de pagar a casa, deixa de ir ao supermercado, não compra roupa, não troca os pneus do carro, passa a comer mais ovos e salsichas, não compra legumes,… tudo para os seus amigos continuarem a poder pagar muito, muito a quem não quer produzir, se recusa a trabalhar e… fiquemos por aqui! É a crise! é preferível assobiar para o ar do que falar das coisas como elas são!
 

Sobre o autor

Leave a Reply