Dois homens morreram na passada segunda-feira quando trabalhavam na construção de uma moradia no bairro de São Domingos, nos arredores da Guarda. Os operários foram esmagados por blocos de granito de grandes dimensões que tombaram de uma das paredes da moradia.
O acidente ocorreu na Quinta do Prazo, junto à estrada entre o Bairro de São Domingos e o Carapito de S. Salvador. Ao que tudo indica, Carlos Alecrim, de 55 anos, e Joaquim Ramos Pires, de 53 anos, empregado e empreiteiro, respetivamente, estariam a trabalhar nessa parede, que teria aproximadamente uma altura de três metros, quando os blocos desabaram para o lado de fora da casa em construção e esmagaram os dois homens, que tiveram morte imediata. Quando chegaram ao local, os bombeiros e as equipas médicas do INEM ainda encetaram manobras de reanimação, mas as mesmas foram infrutíferas. «Recebemos o alerta pelas 15h31 e dava conta da queda de uma parede, o que veio a concretizar-se. Os dois trabalhadores foram atingidos pelos blocos que desabaram quando estariam a trabalhar nas imediações, no exterior da casa», confirmou o comandante dos bombeiros da Guarda. Paulo Sequeira adiantou que um terceiro homem encontrava-se a trabalhar na obra, mas não no sítio do acidente.
Terá sido António Ramos, irmão de uma das vítimas, quem pediu ajuda quando se deu conta da tragédia. Será a única testemunha do acidente, pelo que foi ouvido no local pela Polícia Judiciária, que também efetuou diversas perícias para apurar as causas do desabamento. No estaleiro estiveram ainda dois inspetores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e técnicos responsáveis pelo plano de segurança da obra para determinar as circunstâncias em que trabalhavam os três homens. Os corpos das vítimas foram retirados do local pelas 17h30 e transportados para o Gabinete Médico-Legal da Guarda. Os funerais de Carlos Alecrim, natural de Montes do Jarmelo e pai de três filhos, e de Joaquim Ramos Pires, originário da Arrifana e sem filhos, realizaram-se na terça-feira.
No local do acidente estiveram 17 voluntários dos bombeiros da Guarda, apoiados por sete viaturas, elementos da Proteção Civil, da PSP e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). Até 31 de maio, a ACT tinha registado 34 mortos em acidentes de trabalho.
Luis Martins