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Dois temas, duas confusões

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O Estatuto dos Açores revela a incompetência dos deputados e dos partidos que votam deliberadamente contra o texto constitucional. A Lei, se não o sabem, é o primado da democracia, o garante dos direitos das minorias, a certeza de que as maiorias não nos oprimem as diferenças. Revelou-se gente sem escrúpulos e sem limites para um facto que se chama cumprimento da lei. O que se passou com a história do Estatuto dos Açores é uma vergonha e uma evidência da acefalia dos grupos parlamentares que nos deixa perplexos sobre as virtudes da democracia. Depois veio um “cabo de esquadra”, uma figura triste, das que servem cegamente os seus partidos, criticar o Tribunal Constitucional em mais uma derrocada da democracia. O PS, em vésperas de eleições, a ser esmagado por Cavaco Silva.

O caso seguinte é igualmente triste e revelador, chama-se Joana Amaral Dias e tem por protagonista um rapaz conhecido. O Campos, filho de um enorme militante socialista também Campos, foi convidar uma “miúda gira” para a lista socialista e saiu corrido. De facto a miúda dava evidentes sinais de falta de solidez no seu amor bloquista, já tinha estado em conflito directo com a sua direcção e optara por Mário Soares nas Presidenciais, uma jovem com convicções titubeantes que deixava um piscar de olhos a esta possibilidade. Surpreendente para alguns, qual virgem ofendida, veio expor uma conversa privada que terá tido com este Campos para prováveis benefícios bloquistas. Amor numa mão e sorriso na outra? Campos a fazer papéis tristes, convidando quem o PS não necessita? Intelectuais de Coimbra, próximos ou militantes do PS, há milhares e não se lhes pediu nada porquê? Por que critério a Joana “Amarelo” Dias? O efeito da icterícia destas opções é evidente e paga-se caro. Mas paga-se mais caro dentro do partido, onde muitos justamente pensarão “porque não eu?”.

Por: Diogo Cabrita

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