O relatório enviado pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, à Procuradoria-Geral da República levanta suspeitas sobre dois técnicos informáticos da Polícia Judiciária.
Fonte da PJ confirmou ao “Diário de Notícias” que os dois profissionais estão, há dois anos, integrados no Instituto de Gestão Financeira e de Equipamentos da Justiça (IGFEJ) em regime de comissão de serviço.
Em causa está uma sabotagem na plataforma informática Citius, cujo colapso transformou em caos a reforma do mapa judiciário, entre os dias 26 de agosto e 1 de setembro.
Os dois suspeitos terão ocultado informação à tutela, assim como aos responsáveis pela gestão da plataforma informática que serve magistrados e advogados, Rui Mateus Pereira e Carlos Brito, diz o relatório entregue a Joana Marques Vidal pela ministra da Justiça.
Uma fonte da Polícia Judiciária revelou ainda, à mesma publicação, que os factos referem-se aos sete dias imediatamente anteriores à entrada em vigor do novo mapa judiciário.
A investigação está a cargo do diretor do gabinete de Cibercrime, Pedro Verdelho, nomeado para o cargo em 2011. Diz a Procuradoria-Geral da República, em nota enviada ao DN que «atendendo à complexidade processual e à repercussão social da matéria em investigação, nomeou, ao abrigo do nº1 do art.68º do Estatuto do Ministério Público, para assumir a direção do inquérito o Procurador da República, Pedro Verdelho, levando ainda em consideração os especiais conhecimentos técnicos deste magistrado».
