Um telemóvel pode vir a ajudar o cidadão comum a detetar precocemente os cancros da pele, segundo uma aplicação que Carlos Carreto, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG está a desenvolver.
A investigação foi divulgada na passada sexta-feira, na Guarda, durante as V Jornadas Nacionais sobre Tecnologia e Saúde promovidas pelo Politécnico local. A nova tecnologia para o sistema operativo Android está a ser desenvolvida pelo engenheiro informático, no âmbito da Unidade de Investigação para o Desenvolvimento do Interior, que conta realizar brevemente os primeiros testes sob a supervisão de dermatologistas. «Com esta aplicação para “smartphones” é possível as pessoas fazerem o auto-exame de sinais suspeitos com mais frequência, sendo que o sistema vai indicar a percentagem de risco e se devem ou não consultar um dermatologista por causa dos dados obtidos», explicou Carlos Carreto. O docente adiantou que os sistemas de deteção de melanomas da pele que existem atualmente no mercado são «caros e complexos para uma pessoa comum», pelo que a vantagem do seu projeto está na facilidade de manuseamento e de leitura dos resultados.
Conforme demonstrou na sessão de sexta-feira, bastará ao utilizador passar o telemóvel sobre o sinal suspeito para o sistema, dotado de uma câmara, aferir da gravidade do mesmo de acordo com parâmetros simplificados. Caberá depois a um dermatologista confirmar o diagnóstico. Esta tecnologia, em que ainda falta melhorar a captação de imagens, pode ser uma ferramenta fundamental num país onde surgem anualmente mil novos casos de cancro da pele. “Rastreio do cancro de Pele com Smartphone” foi uma das conferências destas jornadas em que o IPG pretendeu divulgar os mais recentes projetos na área da tecnologia aplicada à saúde e aprofundar o diálogo entre investigadores, profissionais e estudantes de saúde e tecnologia. Carlos Carreto tem-se dedicado à robótica e à inteligência computacional, com especial ênfase na criação de sistemas computacionais inteligentes bio-inspirados.