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«Divisão da segunda fase em etapas pode evitar estrangulamentos»

Vasco Lino considera «importante e necessário» concluir empreitada da ampliação e requalificação do Hospital

A contratação de novos médicos e a concretização das obras da segunda fase do da ampliação e modernização do Hospital Sousa Martins marcaram o discurso da tomada de posse do novo presidente do Conselho de Administração (CA) da ULS da Guarda, na passada segunda-feira.

«Temos consciência da situação económica que o país atravessa, mas não podemos deixar de alertar para a importância e necessidade de prosseguirmos com as obras previstas para a Fase II», começou por dizer Vasco Lino. No entanto, o responsável considerou que «a solução recentemente adotada de divisão dessa fase em etapas, bem como a redução dos montantes inicialmente previstos, podem criar uma oportunidade para evitar estrangulamentos, tal como acudir à resolução de problemas estruturais que urge solucionar». O presidente do CA assumiu também como «obrigação» uma maior articulação entre cuidados de saúde primários e os cuidados de saúde hospitalares, pelo que chamou a atenção para a necessidade de contratar novos médicos e enfermeiros para preencher «as faltas existentes e as que vão resultar do elevado número de processos de aposentação em curso».

Vasco Lino assumiu, por outro lado, que compete a este CA «devolver à ULS da Guarda a tranquilidade e respeito de que carece» devido ao «clima de instabilidade» vivido no último ano e que gerou «pouca confiança e insatisfação dos profissionais, dos utentes e da sociedade em geral». A isso acrescentou o «receio, instalado nalguns setores da sociedade, de desmobilização de recursos e de valências na instituição, que se agravou com a perturbação sofrida no processo de construção do novo hospital». O presidente do CA prometeu ainda estreitar a colaboração com a ULS de Castelo Branco e os Centros Hospitalares da Cova da Beira e Tondela/Viseu, assim como as parcerias co m a Faculdade de Ciências da Saúde da UBI e a Escola Superior de Saúde da Guarda, do IPG.

Por sua vez, o ministro Paulo Macedo sublinhou que o novo CA tem pela frente uma «tarefa exigente num momento particularmente difícil», mas avisou que «a qualidade na gestão é um imperativo ético de serviço público», em particular no setor da saúde. «A boa gestão deve promover uma elevada efetividade dos cuidados prestados, bem como a melhoria da qualidade assistencial e a utilização eficiente dos recursos disponíveis», disse. O governante referiu depois a abertura de vagas para médicos especialistas hospitalares, de medicina geral e familiar para hospitais carenciados. «Estamos certos que, dentro em breve, hospitais como este estarão melhor apetrechados com novos especialistas», sublinhou. E não esqueceu as obras. «Os guardenses sabem que vão ter uma unidade moderna e com mais qualidade. Mas sabem também o que é ter que parar obras por não haver financiamento, por a programação financeira não ser efetuada, por os investimentos não serem devidamente planeados», afirmou

Após a cerimónia, confrontado pelos jornalistas sobre o facto de Ana Manso ter dito que o anterior CA merecia um louvor pela sua gestão – a ULS obteve um resultado líquido de três milhões no primeiro semestre –, Paulo Macedo declarou que os resultados são analisados «no final dos exercícios, depois das contas estarem certificadas pelos revisores, portanto, isso poderá ser apreciado a seu tempo». O novo CA da ULS é constituído por Vasco Lino (presidente), Fernanda Maçoas (diretora clínica para a área hospitalar), Gil Barreiros (diretor clínico para os cuidados primários), João Marques (enfermeiro diretor) e Flora Moura (vogal). A equipa antecessora, liderada por Ana Manso, foi destituída em novembro.

A ULS em números

Vasco Lino revelou que a ULS da Guarda tem mais de 160 mil inscritos, como utentes de cuidados de saúde primários, dos quais, mais de 25 por cento têm mais de 65 anos. No ano transato, foram efetuadas mais de 450 mil consultas de cuidados de saúde primários e mais de 115 mil consultas externas hospitalares. Realizaram-se ainda cerca de 8.500 cirurgias.

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