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Direcção da AAUBI suspensa

Demissões em bloco fizeram cair direcção, mas foi interposta providência cautelar que pretende revogar a decisão

Uma série de demissões em bloco, incluindo a do presidente do Conselho Fiscal, fizeram cair na semana passada, numa Assembleia Geral de Alunos (AGA) Extraordinária, a direcção da Associação Académica da Beira Interior (AAUBI), presidida por João Rey. A “Casa Azul” deverá ser gerida até Outubro, data das novas eleições, por uma comissão de gestão liderada por Rui Travassos, ex-presidente da Assembleia Geral. Contudo, uma providência cautelar interposta por um aluno de Design Multimédia pretende revogar aquela decisão.

Esta é a segunda vez em que há problemas com a direcção eleita em Dezembro do ano passado, pois, em Março, João Rey tinha-se demitido da presidência, alegando divergências com alguns membros da restante direcção. No entanto, a decisão foi rapidamente reconsiderada e o dirigente reassumiu funções. Até à última quinta-feira, dia de uma AGA com perto de sete horas de duração e durante a qual nove membros da equipa presidida por João Rey apresentaram a sua demissão, levando à queda dos órgãos sociais. Demissões que, excluindo a de Amílcar Batista, por motivos de saúde, e de Ricardo Morais, por motivos profissionais, se ficaram a dever a razões de «má planificação do trabalho por parte da direcção, falta de solidariedade do presidente e um ambiente insustentável entre os membros da direcção», apurou O INTERIOR. Nesta assembleia, a que faltou João Rey devido a afazeres profissionais, foram lidas diversas cartas de demissão.

Uma das missivas foi a do ex-presidente do Conselho Fiscal, que se queixou de ter solicitado diversos documentos ao presidente e ao gestor da AAUBI «desde a primeira semana de trabalho, mas nunca nos foram entregues». Luís Fernandes reforça que esses documentos serviriam para «o nosso trabalho e as nossas funções», sendo a situação «um exemplo de como as coisas andavam». Após tantas demissões não houve outra solução do que eleger uma comissão de gestão, constituída por 10 alunos e liderada por Rui Travassos. Para o ex-presidente da assembleia, esta era a «solução possível perante este cenário». O aluno reconhece que o ano foi «muito atribulado para a AAUBI, que se veio juntar ao passado recente de instabilidade», esperando agora conseguir marcar eleições para Outubro. De resto, os cerca de 40 estudantes presentes na AGA aprovaram o calendário eleitoral, que deverá começar uma semana depois do arranque do ano lectivo.

Um cenário que poderá sofrer alterações caso a providência cautelar interposta por Rui Garcia, candidato derrotado à presidência da AAUBI em Dezembro de 2007, seja aceite. Ao avançar com esta medida no Tribunal da Covilhã, o estudante de Design Multimédia pretende que «seja reposta a legalidade nas AGA’s e na Academia», salientando que «os estatutos dizem que as AGA’s não podem ser marcadas fora do período lectivo e, na nossa opinião, foi isso que aconteceu». Por isso, defende a continuidade da direcção: «Estamos com uma nova equipa reitoral e tudo o que precisamos é de estabilidade e a solução da comissão de gestão não parece ser a mais prática, nem a ideal. Queremos que esta direcção se mantenha em funções e que as questões académicas se sobreponham aos problemas de ordem pessoal», alega. Por sua vez, Rui Travassos considera fazer «todo o sentido que, em altura de exames, possam ser marcadas AGA’s extraordinárias quando acontece algo de extraordinário e de importante para a Associação, como foi o caso». No entanto, realça que «se acharem que foi ilegal, aceito a decisão e afasto-me logo».

Ricardo Cordeiro “Casa Azul” deverá  ser gerida até Outubro por uma comissão de gestão

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