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Dias Rocha quer «acordar» Belmonte

Candidato independente preconiza mais e melhor emprego para um concelho que «está parado no tempo»

«Belmonte tem que voltar a ser um concelho respeitado e reconhecido, com um projecto colectivo vitorioso capaz de agregar os belmontenses». É assim que Dias Rocha quer posicionar o município, pelo menos, durante os próximos quatro anos, tantos quantos ele tenciona permanecer à frente da autarquia, comandada desde 2000 por Amândio Melo. A candidatura do actual administrador da Fundão Turismo, EM, foi apresentada no último sábado perante uma assistência pouco entusiasmada com o “Tempo de Mudança” que ameaça chegar a Belmonte.

Candidato e líder de uma lista independente, embora apoiada pelo PSD, mas «assente em critérios de competência e credibilidade», António Rocha, como é conhecido neste momento político, decidiu responder ao apelo de «muita gente» para dirigir um projecto que «acorde a nossa terra». E ideias não lhe faltam para tirar Belmonte «da gaveta, da qual só um homem tem a chave». A começar pela aposta na criação de empresas de inserção social, para promover o emprego para desempregados de longa duração, bem como incentivar e apoiar a fixação de uma Escola Profissional que promova cursos técnico-comerciais para os jovens. Ainda neste campo, um dos mais carenciados do concelho, Dias Rocha ambiciona atrair projectos empresariais e incentivar a modernização do comércio, para além de redefinir a localização do parque industrial. Outra das bandeiras do Movimento Independente pelo Concelho de Belmonte (MpB) é a formação de uma incubadora de empresas que apoie as ideias inovadoras e todos os projectos agentes da mudança que «defendemos», garantiu o cabeça de lista.

«Queremos um concelho mais competitivo e que dê resposta às necessidades de estabilidade económica das nossas famílias», frisou António Rocha, sem esquecer os agricultores, aos quais garantiu a reformulação do Gabinete de Apoio. As questões sociais fazem igualmente parte da candidatura do antigo autarca de Belmonte, sobretudo ao nível do apoio domiciliário, que pretende desenvolver para facilitar o dia-a-dia dos mais idosos. Nesse sentido, promete ampliar as actuais regalias sociais do Cartão do Idoso, apoiando em 25 por cento a parte não comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde, até um valor anual de 180 euros. Dias Rocha quer ainda incentivar, «de forma inequívoca», a criação do hospital de retaguarda em colaboração com a Santa Casa da Misericórdia local e «exigir» a abertura do Centro de Saúde nos feriados e fins-de-semana. O antigo administrador das Águas do Zêzere e Côa afiançou aos belmontenses que o seu regresso deve-se ao facto de sentir que o concelho «está parado», com uma gestão marcada «pelo azedume, a apatia, sobranceira, cinzenta, descrente e com total ausência de ambição». Por isso, considera que é «tempo de mudança», instigando o actual presidente a assumir a sua candidatura. «Desafio Amândio Melo a sair à rua, a enfrentar as pessoas e a debater comigo o futuro do concelho», arengou Dias Rocha, convidando-o para um debate na rádio do concelho. Líder de uma equipa com elementos de diferentes quadrantes políticos, o candidato assume e agradece o «apoio incondicional» do PSD, do qual faz parte o cabeça de lista à Assembleia Municipal. Parco nas palavras, José Carlos Gonçalves quer que Belmonte continue a ser um concelho histórico, «mas que não passe à história», disse, relembrando que os grandes projectos do concelho «são da altura de Dias Rocha».

Rita Lopes

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