António Dias Rocha vai mesmo assumir o cargo de vereador na Câmara de Belmonte. Embora durante a campanha e ainda na noite das eleições o líder do Movimento por Belmonte (MpB) tenha rejeitado liminarmente essa possibilidade, a decisão está tomada e foi anunciada num jantar que reuniu o núcleo duro e os candidatos do MpB na última sexta-feira.
Apesar de ter sempre afirmado que não era candidato a vereador nem estava «habituado a ser segundo de ninguém», dez dias depois das eleições Dias Rocha recua na decisão e confirma que vai assumir o lugar, «já que a população assim o decidiu». O até então administrador da Empresa Municipal Fundão Turismo vai pôr termo a um projecto de que se «orgulha» no município vizinho para «assumir as suas responsabilidades» em Belmonte. «Mais de 1.700 munícipes votaram em mim, para além daqueles que me apoiaram», refere. Entende também não poder «defraudar» todos aqueles que acreditaram no seu projecto, pelo que não vai «abandonar o concelho», até porque «disse que estava aqui para servir Belmonte nos próximos quatro anos e vou cumprir, defendendo o projecto que protagonizei e denunciando todas as políticas que entravarem o progresso da minha terra», promete. Desta forma, António Dias Rocha será vereador da oposição tendo como presidente aquele que durante sete anos foi o seu “número dois”, o socialista Amândio Melo.
O reencontro destes rivais acontecerá já na primeira sessão de Câmara onde Dias Rocha promete estar presente, como nas seguintes, para «defender o concelho nos próximos anos». O líder do MpB promete uma oposição «atenta, proponente e construtiva», admitindo, porém, que, pessoalmente, vai ser uma tarefa difícil. No entanto, assegura que se mantém fiel à palavra dada durante a campanha eleitoral: «Disse que estava aqui com humildade, não pelo poder, mas para trabalhar em nome da minha terra e para lutar por um futuro diferente para quem aqui vive», reitera. É com essa «humildade» que diz assumir o cargo de vereador. Face a esta decisão, Jorge Amaro também irá ocupar o lugar no executivo belmontense. No jantar de sexta-feira, que serviu para analisar os resultados eleitorais e traçar estratégias para o futuro, foi ainda decidido constituir um movimento cívico que «mantenha uma intervenção no concelho» e que pode surgir sob a forma de um associação com um plano de acção para os próximos anos. Recorde-se que o executivo de Belmonte será liderado por Amândio Melo, que terá como vereadores socialistas Germano Fernandes e Mário Tomás. A tomada de posse da Câmara e da Assembleia Municipal está marcada para dia 28, às 18 horas.
Rita Lopes