Dois choques em cadeia ocorridos quase em simultâneo na A25, na zona de Talhadas, em Sever do Vouga, provocaram seis mortos e 72 feridos, 24 em estado grave. Os acidentes aconteceram na última segunda-feira, pouco depois das 16 horas, um em cada sentido, envolvendo mais de meia centena de veículos.
O primeiro choque registou-se no sentido Viseu-Aveiro, numa altura em que as condições climatéricas não eram as melhores. Chovia e o nevoeiro era cerrado. Quem vinha atrás não teve tempo para travar e dezenas de viaturas embateram umas nas outras. Dez ligeiros e dois pesados começaram a arder. Poucos minutos depois, a um quilómetro de distância mas no sentido contrário da A25, um outro choque em cadeia fazia disparar o número de vítimas. Morreram três pessoas em cada um dos sinistros, entre as quais duas crianças. Dezenas de pessoas tiveram de ser desencarceradas, tendo sido instalada uma mega-operação de socorro no local, onde estiveram centenas de homens, entre elementos do INEM, polícias e bombeiros. A A25 só viria a reabrir já depois das 2 horas.
As causas dos acidentes estão a ser investigadas, mas tudo indica que as condições atmosféricas e a fraca visibilidade terão estado na origem dos acidentes. Pelo menos duas pessoas da Guarda foram “apanhadas” no caos que se instalou na A25. Tratam-se de duas mulheres, que viajavam na mesma viatura e conseguiram sair ilesas. O carro onde seguiam foi um dos que ardeu. Contactadas por O INTERIOR, recusaram-se a prestar declarações, explicando não estarem ainda preparadas para “reviver” o sucedido. No mesmo dia, também na auto-estrada que liga Aveiro a Vilar Formoso, ocorreu um outro acidente, às 15h45, antes do nó de Pínzio, no concelho de Pinhel. Um automóvel despistou-se no sentido Guarda-Vilar Formoso, provocando ferimentos graves nos três ocupantes, todos cidadãos franceses. Dois foram encaminhados para o Hospital da Guarda e um para Coimbra, tendo acorrido ao local um total de 36 homens, apoiados por 13 viaturas e um helicóptero. A A25 esteve cortada entre Guarda e Pínzio até cerca das 18 horas.
Ao que O INTERIOR apurou, uma das vítimas tem 16 anos e os pais desconheciam que se encontrava em Portugal. Viajava com dois homens, pai e filho, com quem não tem quaisquer ligações familiares. A jovem foi uma das vítimas que deu entrada no Sousa Martins, sendo que os pais eram esperados na Guarda ainda durante o dia de terça-feira. Também na segunda-feira, um camião despistou-se na cidade da Guarda, na VICEG, junto à rotunda do Retail Park. O sinistro aconteceu perto da meia-noite. Ainda neste dia, durante a madrugada, por volta das 5h30, registou-se um outro acidente de viação na região. Foi em Aldeia do Bispo, no concelho de Penamacor, onde morreu uma pessoa. O dia de segunda-feira ficou ainda marcado pela morte de três portugueses em Carrascal de Barrega (Salamanca), pelas 10 horas locais, na A62. O carro das vítimas, da zona de Arcos de Valdevez, embateu contra uma viatura de matrícula belga, onde seguiam duas pessoas. Uma delas também faleceu. Segundo as autoridades espanholas, foi o carro português a provocar o choque frontal, invadindo a via contrária depois de atravessar o separador. Num só dia, foram contabilizados 11 mortos e cerca de 80 feridos a nível nacional, registos para os quais contribuíram também um despiste no IP4, do qual resultou um morto, e um choque em cadeia em na ilha Terceira, nos Açores, que envolveu 12 carros.
