Arquivo

«Deus queira que façam outro Polis, porque nós seremos candidatos»

Cara a Cara – Entrevista

Perfil:

– João Esgalhado

– Director executivo do PolisCovilhã

– Naturalidade: Covilhã

– Idade: 44 anos

– Profissão: Professor

– Currículo: Vereador na Câmara Municipal da Covilhã

– Hobbies: BTT

P-A partir de 2005, altura em que termina o programa Polis, a cidade vai estar mais bonita?

R-Obviamente que as intervenções do programa Polis vão tornar a cidade mais bonita, mas sobretudo com mais qualidade de vida para os seus habitantes. Há um conjunto de intervenções para a criação de novos espaços, jardins, áreas de lazer e de usufruto dos espaços colectivos para os cidadãos que o Polis vai implementar e que são lindíssimos e extremamente funcionais. Para além disso, existe um conjunto de soluções de acessibilidades que se pretende implementar com a criação de pontes pedonais e ascensores mecânicos, que visam motivar e criar condições para que a população passe a circular pela cidade a pé e cada vez menos de automóvel, reduzindo a poluição atmosférica e sonora, com benefícios para a saúde e a qualidade de vida de quem vive na Covilhã.

P- Qual é a obra de referência do PolisCovilhã?

R-São todas. Funcionam como um conjunto. O projecto tem por base uma filosofia que só funciona no seu conjunto. Cada uma das obras, por si só, tem um valor relativo, mas, vistas no seu conjunto, cumprem um objectivo que vai no sentido de criar condições para a vivência na Covilhã. Queremos criar uma cidade que passe a ser mais simpática, atraente, ambiental e funcional mas, para isso, há que implementar todos os projectos porque eles funcionam em interacção uns com os outros.

P-A Covilhã está, portanto, a caminhar para ser uma cidade de futuro?

R- Era esse o nosso projecto e a nossa ambição. O esforço da Câmara vai neste sentido e temos mais três anos para continuar.

P-Muito se tem falado de que as verbas disponíveis para executar o PolisCovilhã são insuficientes para as necessidades…

R-É uma verdade, contudo, na altura em que se estabeleceram os contactos com o presidente da Câmara e o ex-ministro do Ambiente, José Sócrates, foi dada a indicação que haveria uma disponibilidade na ordem dos 12 milhões de contos para executar o PolisCovilhã. Foi-nos dado um mês para desenvolver o projecto tendo como limite essa verba. Aquilo que estava previsto para dividir entre dez cidades, passou a ser dividido por 16, depois por 19 e agora já são mais de vinte. Portanto, os 60 milhões de contos que seriam distribuídos por meia dúzia de “famílias” passaram a ser, de repente, para um aglomerado muito maior. Daí resultou que as verbas disponíveis para o PolisCovilhã eram insuficientes. Por outro lado, é muito diferente fazer um plano estratégico global e depois desenvolverem-se projectos específicos para cada uma das acções que o compõem. É aqui que se tem uma noção exacta dos custos e dos orçamentos. Da conjugação destes factores, e por estarmos numa situação orçamental que exige uma grande contenção, resulta a confirmação de que não há no momento disponibilidade financeira para executar todos os projectos Polis. Haverá para a grande maioria – e tem sido feito um esforço muito grande no sentido de se manter os custos das empreitadas dentro das verbas disponíveis –, mas não há para a grande totalidade. Contudo, o mundo não acaba no próximo ano nem em 2005 e esses projectos poderão ser desenvolvidos.

P-Portanto, se fosse hoje, a Covilhã voltaria a aderir ao programa?

R-Sem dúvida. E Deus queira que façam outro, porque nós seremos candidatos. Gostaria muito, e o presidente da Câmara é da mesma opinião, de fazer um PolisCovilhã para a zona das Penhas da Saúde. Seria excelente conseguir obter um programa desta natureza. Mas quem cá estiver na altura irá certamente encontrar as melhores condições para continuar esta senda de desenvolvimento e progresso.

Sobre o autor

Leave a Reply