Um grupo de sete elementos da concelhia do PS de Seia justifica a sua ausência da reunião da comissão política, agendada para o passado dia 18, com base na «quebra de legitimidade, perda de eficácia e consequente esvaziamento de poder deste órgão». Numa carta enviada ao presidente da concelhia socialista local, André Figueiredo, a que “O Interior” teve acesso, os militantes descontentes denunciam várias situações que consideram incorrectas.
Começam por referir que, «contrariamente» ao que estabelece um artigo dos estatutos do partido, que diz que a comissão política concelhia «reúne, ordinariamente, pelo menos de três em três meses», em Seia esse órgão «não reúne há 10 meses, ou seja, desde Maio de 2004», garantem. Já outro artigo refere que «o presidente da concelhia da JS é membro do secretariado da concelhia, com direito a voto. Todavia, este não tem sido convocado, para além de outras falhas nas convocatórias a outros membros da CPC, com assento por inerência». Por outro lado, «tem-se verificado com frequência que a actividade do partido se resume à iniciativa do secretariado, esvaziando-se de conteúdo a CPC, contrariando o ponto 1 do artigo 40º dos Estatutos que diz que “A CPC é o órgão de definição de estratégia e coordenação da actividade do partido a nível municipal”», acrescentam, garantindo que o que se tem verificado «tem sido o oposto».
Entre outras críticas, os membros descontentes frisam que o PS «tem órgãos próprios que devem ser respeitados nas suas competências e atribuições e ao presidente da concelhia pede-se que seja um elemento de união e não de desunião ou factor de instabilidade». Apesar de considerarem que estes argumentos bastariam para «sustentar a queda dos órgãos da estrutura concelhia do partido, feridos de morte de legitimidade», estes sete dirigentes preferem «sacrificar» a sua postura dada a proximidade das eleições autárquicas. Por último, é sublinhada a «imaturidade política do líder do partido, conforme atestam vários exemplos que são do conhecimento geral, acentuando o fosso entre o “Partido Institucional” – que “faz de conta” – e o “Partido Real”, aquele que está junto das pessoas e dos problemas». Por outro lado, em carta enviada a Eduardo Brito, é reiterada a «solidariedade política» à sua recandidatura a presidente da autarquia senense.