O cancelamento da construção da barragem de Girabolhos, no rio Mondego, levou vários deputados do PSD e do CDS-PP a questionarem o Governo sobre o fim de um projeto que abrangia os concelhos de Gouveia, Seia, Nelas e Mangualde.
Quatro parlamentares sociais-democratas, incluindo os dois eleitos pelo círculo da Guarda (Carlos Peixoto e Ângela Guerra), subscreveram um requerimento ao ministro do Ambiente a solicitar a documentação da reavaliação do Plano Nacional de Barragens (PNB), bem como todos os estudos, nomeadamente de natureza ambiental, económica e financeira, que sustentam a reavaliação em causa. «E, se outros motivos não subsistissem, o mero facto dos deputados do PSD terem solicitado há mais de um mês os documentos da reavaliação do PNB e demais estudos, que o Ministério ainda não forneceu e dá sinais de não querer fornecer, seriam mais do que suficientes para adensar as nossas dúvidas», lê-se no documento enviado a O INTERIOR.
Os deputados querem saber que contrapartidas estão previstas «ou pensadas» para os municípios afetados, pois sustentam que o cancelamento da barragem de Girabolhos «traduz-se num desinvestimento público no interior do país, que seria reprodutor de outros investimentos e potenciaria a criação de postos de trabalho na economia local e regional». Os sociais-democratas querem ainda saber se os processos de expropriação já concluídos, ou aqueles ainda em curso, ficaram devidamente acautelados. Por sua vez, um grupo de deputados do CDS-PP, que não tem nenhum eleito pelo círculo da Guarda, pretende conhecer, «concretamente», as razões que levaram ao cancelamento desta obra. Na pergunta enviada ao ministro do Ambiente, João Rebelo, Álvaro Castello-Branco, Patrícia Fonseca, António Carlos Monteiro e Abel Baptista questionam igualmente o Governo se «já avaliou e/ou está a estudar» a implementação de medidas de compensação para as comunidades atingidas, atendendo «às legítimas expetativas que foram criadas com tal projeto».