O ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, classificou no final da semana passada, em Bragança, de «meras especulações» todas as «hipóteses levantadas até agora na comunicação social» sobre o eventual encerramento de maternidades. «São meras especulações porque ainda não tomámos nenhuma decisão», disse o governante, num distrito onde a possibilidade de encerramento de uma das duas maternidades da região também está a gerar controvérsia. Luís Filipe Pereira foi questionado pelo presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, sobre este assunto, tendo garantido que «qualquer decisão terá sempre em conta vários factores, nomeadamente as distâncias geográficas». O ministro aproveitou ainda a ocasião para pedir «calma e serenidade» e afirmou que as decisões só serão conhecidas «dentro de um a dois meses» e não serão tomadas «em segredo, nem às escondidas das populações». De resto, o titular da pasta da Saúde garantiu que a decisão será «clínica e não política», acrescentando que apenas existe um relatório preliminar de um estudo encomendado há cerca de nove meses a uma comissão de especialistas, presidida por Albino Aroso. O estudo, explicou, tem como objectivo avaliar a situação existente no sector a nível nacional, com vista à «racionalização de serviços com a valência de materno-infantil, visando a melhoria, a segurança e garantia de qualidade dos cuidados hospitalares». Um documento que não entrou ainda em discussão final, afirmou Luís Filipe Pereira, reiterando que todas as hipóteses levantadas são «meras especulações» e que as decisões que vierem a ser tomadas serão posteriormente anunciadas. A concluir, o governante referiu que um dos factores que contribuiu para a melhoria das taxas de natalidade em Portugal foi «a tomada de decisões corajosas há 15 ou 16 anos que levaram ao encerramento de 150 locais de nascimentos no país».